No dia 23 de dezembro de 1987, em pleno governo Sarney, o Jornal do Brasil publicava entrevista de Geneton Moraes Neto com Luis Fernando Verissimo sobre a futura “morte” da Velhinha de Taubaté, personagem do gaúcho.
A certa altura, o repórter pergunta:
— Por que você vai dar um sumiço na Velhinha de Taubaté?
Ao que o escritor responde:
— Nem a Velhinha de Taubaté acredita mais no governo. Vou aposentá-la. Ela não vem se manifestando porque já não acredita em nada.
Geneton insiste:
— A Velhinha de Taubaté vai se despedir do público ou vai sumir em silêncio?
E o humorista diz:
— Você acaba de me dar uma idéia. Talvez a Velhinha de Taubaté faça uma ultima aparição, para dizer que já não acredita em nada. Não sei ainda como será a despedida.
Quase vinte anos depois, a 25 de agosto de 2005, esquerda no poder com o ex-metalúrgico Lula presidente, Verissimo publicaria a crônica “Velhinha de Taubaté (1915-2005)”, em que, pondo em prática a idéia sugerida pela pergunta de Geneton, anuncia o falecimento da personagem.
A entrevista pode ser lida aqui. A crônica, apud Noblat, aqui.