Sendo um animal de cultura inferior à de uma ostra partida em três pedaços, a sra. Ovelha acha que qualquer referência cultural é semostrismo. Fala-se em ópera e ela imagina ser isso o cúmulo da erudição. Ora, ora, dona Ovelha, que dirá a senhora quando começarmos a discutir a Escola de Frankfurt em alemão medieval? A quadrúpede ficou tão nervosa que se apressou a encerrar a contenda que estou tendo a generosidade de manter com ela, uma vez que só me permito entreveros com seres que dominem, ao menos razoavelmente, cinco línguas, além do português, dialeto nosso e dos macacos. Abaixo, em homenagem à senhora, posto a letra de "La donna è mobile". Caso queira a tradução, vá ao Google. Caso queira ouvir a letra que tão bem a descreve, aconselho a ária cantada pelo semi-alfabetizado Pavarotti. Assim, a senhora vai se sentir em casa.
"La donna è mobile
Qual piuma al vento,
Muta d'accento
— e di pensiero.
Sempre un amabile,
Leggiadro viso,
In pianto o in riso,
— è menzognero.
È sempre misero
Chi a lei s'affida,
Chi le confida
— mal cauto il cuore!
Pur mai non sentesi
Felice appieno
Chi su quel seno
— non liba amore!"