17 de agosto de 2007

FLANELINHA

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— Pronto. Deixa solto. Quatro estrofes de Drummond, chefia.
— Como é que é?
— Pra parar o carro aqui, quatro estrofes.
— Tá louco, ô, moleque? Semana passada, eu parei nesse mesmo lugar e só tive que recitar cinco versos de Bandeira!
— O preço é tabelado, chefia. A gente temos sindicato e tudo. Se fizero esse preço pro senhor, esse sujeito deve de ser denunciado. Tá vilipendiando a arte.
— Três estrofes e não se fala mais nisso, ok?
— De João Cabral?
— Peraí, não era de Drummond?
— Quatro de Drummond, três de João Cabral. Sabe como é, o homem concorreu ao Nobel…
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