6 de agosto de 2007
A Pop Art como torneiras e seringas
Os críticos de arte na década de 1970 centraram fogo nos artistas Pop acusando-os de terem se rendido ao modo de produção capitalista. Escreviam que os Pop Artists colocavam o mercado no pedestal e reduziam a arte a simples mercadoria. Como se vê hoje, opiniões corretas, embora permeadas de marxismo e, portanto, compreensíveis para a época. Tomando por base o ensaio A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, escritor por Walter Benjamin em 1936, encontramos dois caminhos de análise para a Pop: a reprodução de uma obra em várias, permitindo o acesso de mais pessoas; a reprodução em série de elementos numa mesma obra ou em várias delas. Estes são os modos acadêmicos para explicar como a produção em série de "arte" se equivale à produção de torneiras. Quem produz torneiras ou seringas, sabemos, só quer vendê-las. Não vejo outra identificação mais exata do que foi a Pop Art.