Aqui, Polzonoff, com a costumeira habilidade, tenta estabelecer diferenças entre crônica e ensaio. Para mim – e exploro o sentimento de amizade que nutro por ele para dizê-lo –, trata-se de uma estupidez sem tamanho.
Antes de mais nada, para falar da definição marioandradiana seria preciso contextualizá-la. Não entender que Mário de Andrade está marcando espaço quando escreve isso em pleno Modernismo é falta grave e o infrator deveria perder quatorze pontos no diploma.
Pior, não perceber, por exemplo, que “Paulo Francis e eu no Metropolitan Museum of Art”, entre outros textos do seu livro "A face oculta de Nova York", enquadra-se no estilo elevado da crônica brasileira significa ao menos uma coisa: não ter lido “A Cidade Vazia” de Sabino. Além de me permitir citar Chico Anysio, que disse certa vez a respeito de Pelé: “Jamais vi alguém fazer tão bem aquilo de que entende tão pouco”.
Mas há quem concorde com Polzonoff. O leitor que julgue por si mesmo.