28 de janeiro de 2008

DA GÁVEA

Senhores, este blog encontra-se à deriva. Homem reverente e amante dos clássicos, ainda tentei amarrar nosso capitão, o sr. Moraes Neto, no mastro da embarcação. Mas eis que o sujeito conseguiu escapar a tempo e se mandou para Olísipo, salvando a tintura das barbas. Quanto aos demais colaboradores, fugiram a nado e atualmente se dedicam a tarefas menos sórdidas, como catar piolhos em sacos escrotais de mendigos e atuar como filé para leões em circos. Mando este post dentro desta garrafa na esperança de encontrar algum leitor. Caso consiga, gostaria de glub, dizer que glub, eu glub, glub, glub...

23 de janeiro de 2008

FUNK ARMORIAL

18 de janeiro de 2008

CINEMA NACIONAL

Por mais que se fale mal dele, a verdade é que o cinema brasileiro tem uma grande virtude. O preço impeditivo dos ingressos.

"TALVEZ A MÚSICA POPULAR SEJA UMA ARTE DE JUVENTUDE"

É o que diz Unanimidade Nacional a Geneton Moraes Neto. Quanto a mim, depois de escutar Jorge Vercilo, Ana Carolina, Zélia Duncan e congêneres, não estou tão seguro sobre a pertinência da aplicação da palavra “arte” à MPB. Confira a entrevista aqui.

COMUNICAÇÃO

— É um escritor pós-moderno, mistura várias linguagens no seu romance.
— Sei. Teatro, poesia, literatura...
— Não. Português, espanhol e enxacoco.

GERUNDISMO

Em sua crônica de hoje, Paulo Polzonoff Jr. vai estar falando sobre o gerundismo e vai estar defendendo o seu uso. Segundo soube, seu próximo texto vai estar sendo sobre as vantagens de se votar em Lula. Os leitores podem estar lendo aqui.

VÁ AO TEATRO. MAS NÃO ME CHAME

Alguém me chama para assistir a um certo espetáculo teatral que mistura festa, sarau, intervenção, comédia, farsa, instalação, performance e happening. Se a todas essas manifestações acrescentasse a empalação dos autores, eu iria lá ver.

17 de janeiro de 2008

COMUNISMO

— Sou a favor do comunismo em seu último estágio.
— A ausência completa de Estado?
— Não. A volta ao capitalismo.

HILLARY

"Saying that she has learned valuable lessons from her victory in the New Hampshire primary, Sen. Hillary Clinton (D-NY) today announced that she was scheduling an official crying jag for the eve of the South Carolina primary on January 26."

(Mais, aqui)

MORAES NETO ENTREVISTA SARAMAGO

"Um dos primeiros mandamentos do Manual de Boas Maneiras Jornalísticas diz que repórter que se preza não deve escrever na primeira pessoa. Por que não? Peço licença aos Guardiões da Profissão para cometer um pequena confidência,na primeira pessoa do singular : sempre alimentei o desejo de entrevistar um Prêmio Nobel de Literatura.

"Se eu vasculhasse minhas florestas interiores em busca de uma explicação razoável para esta pequena obsessão,certamente voltaria da expedição de mãos vazias. Não encontro nenhuma justificativa para o desejo de entrevistar um Nobel ,além da óbvia curiosidade jornalística. Quem sabe, o que me movia era a curiosidade de ouvir a palavra desse espécime raro : um intelectual milionário.Afinal,a conta bancária dos felizardos agraciados pelo Prêmio Nobel recebe uma injeção substancial – algo em torno de um milhão de dólares.Mas este é um motivo inconfessável, além de tolo : não há notícia de nenhum Nobel de Literatura que,depois embolsar a grana, tenha de repente se transformado num desses novos- ricos semi-analfabetos que povoam as páginas de revistas como a Caras com seus sorrisos de mil dentes,pele bronzeada pelo ócio da Côte D’Azur e prataria cuidadosamente exposta na sala de estar para as lentes dos fotógrafos. É gente que juraria de pés juntos que Ezra Pound é nome de creme de beleza. Para felicidade geral da Literatura,a Academia Sueca não provocou,até agora,nenhuma transmutação dessa espécie."

(Mais, aqui)

OTIMISMO

— As coisas poderiam ser piores.
— Como?
— Já pensou se o Brasil tem um sistema de leis consuetudinário?

15 de janeiro de 2008

COMO RECEBER UM LIVRO EM CASA ( OU NA RUA OU NO CARRO OU NO ÔNIBUS) EM APENAS SESSENTA SEGUNDOS !

Um dia, cedo ou tarde, iriam inventar um "equipamento de leitura" sem fios, portátil, leve, prático, um concorrente de peso para o livro. Não é um computador, claro. O ritual funciona assim : com este equipamento na mão, o cliente acessa uma super-livraria virtual, escolhe um livro, aperta um botão e.....pronto. O texto integral do livro se materializa, claro e nítido, na tela do tal equipamento. Em qualquer lugar do planeta, o leitor terá acesso a um livro em sessenta segundos! Detalhe: o livro acessado virtualmente custa uma fração do preço do livro de papel.

Diante deste egrégio tribunal, confesso minha ignorância. Eu não sabia que tal aparelho já existia. Mas existe! Não precisa ser conectado a computador. Não usa fio. Não precisa de provedor de Internet. O proprietário não precisa ficar pagando assinatura mensal. O nome da traquitana é Kindle. É uma invenção da Amazon. Noventa mil títulos já estão disponíveis. O preço de cada título: 9,99 dólares, em média. Além de receber livros em sessenta segundos, quem tiver um kindle pode acessar, também, os principais jornais americanos, franceses e alemães. New York Times, por exemplo. Ou Washington Post.

Lançado pela Amazon, o aparelho já se esgotou. Leitores aguardam na lista de espera.

Os incréus podem acessar, aqui, um vídeo que mostra como esta aparente maravilha funciona. Eu não sabia que esta traquitana existia:

http://www.amazon.com/gp/product/B000FI73MA/ref=kinw_clar_clar_1


Podem espalhar.

Qual será a grande novidade da semana que vem ?

"ASSOCIAMOS A FELICIDADE A UMA ALEGRIA QUE É ESTETICAMENTE ULTRAJANTE"

Do site de Paulo Polzonoff Jr, em excelente resenha a propósito da adaptação cinematográfica do livro "Reparação" :


"Vale a pergunta à la Oprah Winfrey (até porque dissociar a literatura da vida é uma demonstração de arrogância a que não me proponho): será que também recusamos a felicidade mais óbvia justamente porque a consideramos esteticamente pobre? Alguém já disse que não há nada mais elegante do que um homem triste. Associamos, ainda, a felicidade a uma alegria que é esteticamente ultrajante: sempre exagerada, colorida demais, a ponto de parecer agressiva. Será que a felicidade real e possível é de fato algo que rejeitamos instintivamente, porque a associamos a algo menor?"

http://www.polzonoff.com.br/uma-obra-prima-em-papel-e-em-imagens.htm#more-1026

HÁ ALGO DE TERRIVELMENTE ERRADO COM QUEM GOSTA DE CITAR FOUCAULT, DERRIDA, BARTHES & CIA LTDA

Do blog de Alexandre Soares Silva:

"Solenemente digo que há algo errado com o gosto de alguém que cita Foucault, Derrida, Barthes, Kristeva etc muito empolgado. Não é só a razão dele que está escangalhada, é o gosto.
E que há algo errado com o gosto de qualquer um que tenha se interessado por comunismo por mais do que três anos. E com a alma também"

aqui:
http://soaressilva.wunderblogs.com/

14 de janeiro de 2008

GRANDES VERSOS AVACHALHADOS

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o tímpano."

Olavo Bilac, poeta e surdo.

Uma mentalidade autoritária

Acabei de ler que o Ministério da Justiça recebeu 14 reclamações de pessoas que se acham atingidas pelo programa Big Brother Brasil. Algumas dizem que o programa incentiva o consumo de álcool.

As reclamações são manifestações de uma mentalidade autoritária. Pessoas civilizadas, quando se sentem incomodadas com algo na televisão, fazem uma coisa muito simples: desligam o aparelho e mudam de canal.

É por estas e outras que eu sempre digo que Hitler perdeu a guerra, mas não Goebbels. Ninguém me ouve…

A RONDA LITERÁRIA INFORMA: RUBEM FONSECA DESFILA NA RUA COM OS ORIGINAIS DE UM LIVRO DEBAIXO DO BRAÇO

Flagrante literário: o locutor-que-vos-fala viu o escritor Rubem Fonseca transitando sozinho por uma rua do Leblon - para ser exato: pela esquina da Ataulfo de Paiva com a General Urquiza - com os originais encadernados de um livro embaixo do braço. A primeira página, visível, exibia emendas feitas com caneta. Não foi possível distinguir o nome do autor da obra inédita. Não deu tempo. Quando este bisbilhoteiro tentava disfarçadamente decifrar o título, o portador dos originais se escafedeu, discreto, sem notar, no entanto, que tinha sido observado.

Em nome da precisão jornalística, portanto, o Sopa de Tamanco não pode informar se os originais eram da lavra do próprio Fonseca ou se eram de algum autor que tenha submetido a obra à apreciação do ilustre literato.

Novas informações a qualquer momento.

PESQUISA DE OPINIÃO

O Natal passou sem disco novo de Roberto Carlos.

Quem sentiu falta que levante a pata esquerda, por favor.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três.....Ninguém se manifestou.

Já se esperava.

ATENÇÃO, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE! O BRASIL PEDE SOCORRO !

Alguém já ligou ou escreveu para a Organização Mundial da Saúde ( OMS) para saber se já inventaram um instrumento capaz de medir o grau de idiotia de BBBs ?
O endereço: Avenue Appia 20. Genebra, Suíça. Telefone: (41 22) 791 2111. Fax.: (41 22) 791 3111.

JORNALISTAS, CUIDADO COM A "SÍNDROME DA FRIGIDEZ EDITORIAL"! É UMA DOENÇA FATAL PARA A PROFISSÃO

O Sopa de Tamanco informa que o nosso distinto colaborador Paulo Polzonoff Jr acaba de postar, no site www.polzonoff.com.br, uma entrevista com o confrade Geneton Moraes Neto, a propósito do lançamento do livro-reportagem "DOSSIÊ HISTÓRIA" .

Trechos:

"Jornalistas que se deixam contaminar pelo tédio estão mortos para a profissão. Deveriam procurar outra atividade, com urgência. Assim, deixariam de maltratar a notícia, deixariam de jogar no lixo histórias interessantes, deixariam de sonegar informações aos leitores. O bom jornalista é o que olha a vida como se estivesse vendo tudo pela primeira vez. Não há exceção a essa regra"


"Talvez tudo tenha nascido da curiosidade que sempre tive sobre – por exemplo – personagens que viveram ou testemunharam grandes acontecimentos. É sempre fascinante ouvi-los. Tomara que eu não perca esta curiosidade. Porque, aí, eu terei sucumbido a uma doença terrível que grassa nas redações: a Síndrome da Frigidez Editorial. É uma doença que contamina as células de jornalistas entediados que acham que nada é interessante, nada deve ser relatado, nada é notícia. Coitados"

"Se fosse dar um palpite, diria que o livro não vai acabar. Já dura séculos. Eu diria que é a maior invenção humana: portátil, relativamente barato ( pelo preço de um vatapá posso comprar um Thomas Mann), acessível, manuseável, perfeito. O surgimento de uma mídia não quer dizer necessariamente que as outras vão desaparecer. A TV não matou o rádio. O cinema não matou a TV. Nada matou o livro. Pode ser que um dia surja um livro eletrônico imbatível, mas, por enquanto, o monitor não é o lugar ideal para trezentas páginas de texto. Quanto aos jornais impressos, eu tinha certeza de que eles também não desapareceriam. Mas hoje uma dúvida incandescente consome minhas florestas interiores. Tenho a impressão de que os jornais, ao repetir mecanicamente o que nós já soubemos na véspera pela internet e pela tv, estão cavando a própria sepultura. O incrível é que caminham para o buraco “por livre e espontânea vontade”


aqui, a íntegra:
http://www.polzonoff.com.br/entrevista-com-geneton-moraes-neto.htm#more-1016

Entrevista com Geneton Moraes Neto

Muitas perguntas e muitas respostas. Como deve ser. Aqui.

12 de janeiro de 2008

A PERGUNTA QUE NINGUÉM FAZ: POR QUE RECUPERARAM UM QUADRO TÃO FEIO ?

Do blog de Paulo Polzonoff ( http://www.polzonoff.com.br/) :

"Por que recuperaram um quadro tão feio?
Eu acho que este quadro do Portinari que voltou ao Masp ficaria bem melhor lá numa casinha da Zona Leste. Que coisa mais horrorosa!"

DOSSIÊ HISTÓRIA & OS PERSONAGENS DE GRANDES AVENTURAS

Do blogueiro Waldir Leite , em http://www.waldirleite.blogspot.com :

O VERÃO DE 2008 :"Leio sem parar o livro Dossiê História. Bonito e muito bem editado, é uma reunião de oito reportagens de Geneton Moraes Neto, um dos grandes jornalistas brasileiros. O livro reflete o talento de um digno representante de sua profissão. As matérias têm um profundo senso de jornalismo. Os personagens enfocados foram muito bem escolhidos, na medida em que cada um traz em sua história pessoal fatos de profundo interesse público. E Geneton percebe isso de um modo inteligente ao traduzir para o leitor a importância daqueles personagens para a história contemporânea. São oito capítulos e oito reportagens. No primeiro capítulo, na redação de um pequeno jornal em Londres, Geneton conversa com Abdel Bari Atwan, o homem que entrevistou Bin Laden. A partir desse encontro, o repórter brasileiro criou uma matéria jornalistíca que faz parecer que estamos diante de um texto do Ian Fleming para um dos romances de James Bond. Há tensão, suspense, e um “quê” de guerra fria. Os personagens parecem dentro de uma trama de ficção muito bem arquitetada. Mas, infelizmente, aquilo é o mundo real. É jornalismo. Leia um trecho a seguir:

"Atwan bate no peito: diz que os três dias que passou em companhia de Bin Laden em Tora Bora o transformaram no jornalista que mais tempo ficou com o líder da Al-Qaeda, antes ou depois do 11 de Setembro. Quem é, afinal, esse homem a quem Bin Laden fez tantas confidências, antes dos ataques de 11 de setembro de 2001. Abdel Bari Atwan é um palestino, nascido na Faixa de Gaza. Radicado na Inglaterra, dirige um jornal de língua árabe que é publicado em Londres, o Al-Quds al-Arabi. A chance de um encontro face a face com Bin Laden nas montanhas de Tora Bora nasceu depois de um convite da Al-Qaeda.Não por acaso, Atwan se tornou especialista em Bin Laden. Aceitou nosso pedido de entrevista, mas demonstrou ser um homem desconfiado. Vive olhando para os lados, como se estivesse se guardando contra a investida de algum intruso imaginário. Sobre a mesa de trabalho, ao lado do teclado do computador, mantém um terço islâmico ao alcance da mão, para quando quiser enviar aos céus uma prece a Alá. O bigode é de Saddam Hussein.. Os cabelos devem ter passado por uma tintura rejuvenescedora. Jornais publicaram que Osama Bin Laden chegou a andar com um cartão de visita de Atwan no bolso. Atwan já declarou, escreveu e repetiu que não endossa nem apóia a “agenda da Al-Qaeda”. Mas é certo que o encontro nas montanhas de Tora Bora serviu para estabelçecer uma relação de confiança entre o bigodudo Atwan e o candidato a califa Osama Bin Laden".

Os demais personagens do livro são figuras instigantes. Há pessoas que conviveram de perto com Mohammed Atta, o imigrante egípcio que se transformou no líder dos terroristas suicidas do 11 de setembro. Carl Bernstein, um dos repórteres do caso Watergate. O militante palestino que causou escândalo ao declarar que estava disposto a explodir como homem-bomba. Um octagenário soldado nazista que fala das atrocidades cometidas nos campos de batalha. O filho que vive em guerra contra o pai. E também o relato de uma mulher que descobriu um terível segredo de família. Histórias reais que Geneton conta para o leitor com o talento de um grande repórter. Na apresentação do livro o autor diz que se considera “um pequeno tarefeiro da memória. Porque, em última instância, a memória é a grande matéria-prima do jornalismo”. É isso aí!"


posted by Waldir Leite

10 de janeiro de 2008

MONGES

Não entendo esses monges tibetanos. Tanto esforço para chegar ao que a gente consegue com um ou dois comprimidos de Lexotan!

7 de janeiro de 2008

CADÊ O DINHEIRO QUE NÃO FOI PAGO A PELÉ ?

O trabalho de repórter dá, a seres anônimos como o que assina esta nota, a chance de viver, por um punhado de minutos ( ou horas, se o dia for de sorte) , situações inusitadas. Já andei de van, pelas ruas de Nova Iorque, em companhia do Rei do Futebol, o sr. Pelé. Lá pelas tantas, fora da entrevista, ele diz que levou "uma volta" do mais conhecido produtor de cinema do Brasil. O Rei reclamava de que o homem não lhe tinha pago integralmente o dinheiro devido pelo lançamento de um vídeo.

O sinal abriu. A vã segue em frente, para o local de uma gravação. Diante da câmera, o Rei mede as palavras. Não é tão venenoso quanto na van. Compreende-se.

"DOSSIÊ HISTÓRIA" : A VOZ DE QUEM VIU ( JÁ NAS BOAS CASAS DO RAMO...)

Depois de um breve e ensolarado verão, o locutor-que-vos-fala dá uma passada neste terreno quase desértico para fazer, descaradamente, propaganda em causa própria. Quer ler um relato completo feito por gente que conviveu com os terroristas que executaram o maior ataque da história, o 11 de Setembro? É só passar nas boas casas do ramo ou encomendar pela Internet o "DOSSIÊ HISTÓRIA".

O livro traz, também, um depoimento de um ex-soldado nazista que, ao contrário do que acontece com outros veteranos que cometeram atrocidades em nome de Hitler, resolveu quebrar o silêncio para se livrar de seus fantasmas.


aqui : http://globolivros.globo.com/busca_detalhesprodutos.asp?pgTipo=COLECOES&idProduto=1041

5 de janeiro de 2008

AS DEZ VERDADES SUBLIMES A RESPEITO DE CAETANO VELOSO

É provável que vocês, leitores de vida social intensa, não tenham visto. Mas eu, cujas saídas mais empolgantes ultimamente têm sido ir do quarto ao térreo de elevador, assisti do começo ao fim ao “Som Brasil” com Caetano Veloso, o que me levou a uma depressão de sete pontos na escala Werther.

Que seria, porém, do existencialismo francês, caso não houvesse a depressão? Bom, Sartre provavelmente não teria precisado comer Simone de Beauvoir, nem tampouco, na tentativa de dar um pé na bunda dela, se sairia com aquela história de que o homem está condenado a ser livre.

Mas esse não foi o caso e o fato é que a depressão é um grande motor do pensamento, graças ao qual, numa série de satoris só alcançados talvez pelo Dalai Lama após um ou dois baseados, consegui resolver as questões mais profundas a respeito daquele que é nosso maior ídolo baiano irmão da Maria Bethânia de todos os tempos.

A seguir, aquilo que você sempre quis saber sobre Caetano, mas tinha preguiça de perguntar, porque estava escutando o Chico mesmo e não ia se dar a esse trabalhão todo.

1. Quantos dentes tem Caetano?

Cientificamente comprovados, são 52. Mas há quem arrisque 103.

2. Por que, quando canta, Caetano segura os rins?

Idade.

3. É verdade que Caetano Veloso não existe, é apenas um disfarce meio esquisito do Fernando Henrique Cardoso?

Os defensores da Teoria da Simetria dos Egos afirmam que sim. Outros estudiosos discordam, assegurando que, o cabelo do Malan tudo bem, mas aqueles pulinhos do Caetano seriam demais até mesmo para o FHC.

4. Se Caetano já atingiu sua meta, que era superar Mick Jagger, ainda que fosse na ausência completa de senso de ridículo, por que ainda insiste em subir ao palco?

Para superar a Dercy Gonçalves.

5. É o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol?

Talvez seja, talvez seja, talvez.

6. Quem, além do ego e de um espelho, Caetano levaria para uma ilha deserta?

O João Gilberto. E, com algum sorte, um maremoto.

7. Qual a principal contribuição de Caetano para a cultura brasileira nos último cinqüenta anos?

Apesar de toda a crítica que se possa fazer a ele, a verdade é que sem Caetano o exercício labial aplicado ao canto estaria ainda hoje na Idade da Pedra.

8. Por que, quando canta, Caetano franze a testa sem parar?

Segundo pesquisas realizadas pela Casa Jorge Amado com apoio da Fundação do Afro-Dendê Eterno, a testa de Caetano é parte independente do restante do corpo e, como tal, a única a conservar intacto o senso de ridículo.

9. Existe em todo o universo algo mais patético que os sinais de metaleiro que Caetano faz com as mãos ao cantar rock?

Sem dúvida. Você provavelmente tinha saído da sala para ir ao banheiro quando ele tirou teatralmente o casaco jeans.

10. É verdade que Caetano é um intelectual?

Sim. Apesar de não ler a Veja, Caetano tem uma boa coleção de Capricho, além de ter sido dos primeiros assinantes da Caras em Salvador.

4 de janeiro de 2008

SANTA XUXA

O sr. Tom Carneiro é um preconceituoso. Que dizer da soberba interpretação da Rainha dos Baixinhos em "Amor Estranho Amor"? É o que ela colocará, uma vez no Hades, na balança dos bons feitos. Talvez não se salve, mas os mais variados membros da Sociedade Brasileira dos Onanistas (SBO) estarão firmes, de cabeça erguida, em sua intenção.

QUEM VOCÊ MANDARIA PARA UMA CLÍNICA DE RECUPERAÇÃO DE CHATOS ?

Primeiro candidato: Russel Crowe, aquele ator enfezado que, quando fica irritado, joga cinzeiros no camareiro (ver post anterior).

Xuxa é hors-concours. Ganharia uma suíte vitalícia na Clínica.

A lista é grande.

RUSSEL CROWE FAZ UM DOS PIORES FILMES DO MUNDO. E HILARY SWANK ESTRELA UMA GRANDE PORCARIA: "P.S. EU TE AMO". FUJA DOS DOIS, URGENTE !!

Decido abandonar por um par de horas o estábulo. Vou até a janela, olho para o céu, relincho, abro a porta, pego um táxi, parto para o novo "espaço cinematográfico" do Rio de Janeiro, as recém-inauguradas salas do Shopping Center da Gávea. Ingressos esgotados parao filme que eu tinha escolhido: "A Culpa é do Fidel". Compro ingresso para a única sessão em que havia lugar disponível. Filme: "P.S. Eu Te Amo". Acomodo com cuidado minhas patas no chão, para não estragar a cadeira da frente.

Começa o filme. Não é exagero: é um dos piores filmes já exibidos no Cone Sul da América nos últimos tempos. Que desperdício de tempo e dinheiro! A história é ridícula. As atuações são patéticas. A direção é quadradíssima. Pergunta-se: como Hilary Swank - que atuou tão bem em filmes como Menina de Ouro - embarca numa empreitada dessas ? Gerard Butler faz caras e bocas para parecer sensual. Patético. Patético. É um canastrão de décima categoria.

O diretor, Richard LaGravenese , deveria sair da sala de montagem num camburão, por assalto à mão desarmada.

Mas há coisas piores do que "P.S. Eu Te Amo". Um dos canais do Telecine tem reprisado à exaustão um filme chamado "Um Bom Ano" ( A Good Year). O diretor é conceituado: Ridley Scott. Mas quem dirige uma bomba como "Um Bom Ano" merece perder para sempre o prestígio que acumulou em anos passados.

Russell Crowe - aquele ator que deve ter tido algum sério trauma de infância porque passa a vida exibindo permanentemente um ar de quem comeu e não gostou - faz força para parecer engraçado. Mas não existem duas entidades tão incompatíveis na face da terra quanto Russel Crowe e a comédia. Uma coisa anula a outra. São geneticamente incompatíveis. Depois de cinco minutos de filme, as tentativas de fazer graça conseguem provocar apenas irritação. Com aquele ar de idiota, ele sai tropeçando em tudo o que encontra pela frente. Você começa a se mexer na poltrona, incomodado. Logo,logo o filme vira tortura.

Por coincidência, a entrevista de Russel Crowe no programa do David Letterman foi reprisada faz poucos dias. Lá, o idiota confirmou que jogou um cinzeiro num camareiro de um hotel porque estava irritado com a dificuldade em dar um telefonema. Deus do céu. Com ar compungido, ele pediu desculpas à vítima. Coitadinho: não pode encontrar um telefone com defeito porque vai logo jogando cinzeiro em quem se aproxima. Por que não passa o resto da vida internado numa Clínica de Recuperação de Chatos ?

Pensei que estava exagerando ao considerar "Um Bom Ano" uma desgraça inassistível. Dei uma navegada em blogs de cinema. Lá, um espectador chama o filme de um dos piores já feitos até hoje. Bingo!

É verdade. Quando a TV anunciar "Um Bom Ano", corra, mude de canal na hora. Se o filme voltar ao cartaz, fuja para outra cidade.

3 de janeiro de 2008

MANUAL OFICIAL DO POLICITAMENTE INCORRETO

1.''Por que é hora de comecar logo uma nova Guerra das Malvinas? Como a gente vai perder mesmo a próxima Copa do Mundo, então é melhor arranjar alguma coisa para comemorar''.

2.''Por que estudar matemática na escola é uma completa perda de tempo? Ninguém jamais ficou rico por saber calcular o mínimo denominador comum''.

3.''Por que é tão bom ser estúpido? Porque um estúpido sempre encontrará o que ver na televisão''.

4. ''Por que a guerra é melhor que a paz? Dê um pulo no vídeo-clube. Quantos filmes de paz existem lá ?''

5. ''Por que o sexo feminino é inferior? Tente se lembrar do nome de uma batalha importante vencida por uma mulher....''.

6.''Por que a França pode continuar a fazer testes nucleares no Pacífico? Porque seria uma completa irresponsabilidade fazer os testes no centro de Paris''.

7.''Por que é bom frequentar prostitutas? Porque, na hora H, elas dizem coisas como ''oh,baby !'',''oh, sim, sim !'', em vez de ''você levou o gato pro quintal?''

8.''Por que é indispensável ver o discurso da Rainha na televisão no Dia de Natal? É uma excelente oportunidade para toda a família ir ao banheiro, antes de começar a ver, pela quinta vez, os ''Caçadores da Arca Perdida''.

9.''Por que ninguém deve se preocupar com a poluição das águas? Porque não vivemos nos rios''.

10.''Por que é perfeitamente aceitável usar casaco de pele? Todos os animais usam. Ninguém nunca reclamou''.

11.''Por que é bom ser um branco anglo-saxão? A polícia nunca dá em cima de você.''

12.''Por que precisamos dos políticos? Porque, quando nos comparamos com eles, nos sentimos honestos e virtuosos''.

13.''Por que que é bom ensinar religiões alternativas nas escolas? Porque assim saberemos que não estamos perdendo nada. Além de tudo, cânticos e rezas de outros povos sao em geral hilariantes...''.

14.''Por que a Inglaterra deve gastar mais dinheiro recrutando soldados para o exército do que contratando médicos para os hospitais publicos? A Rainha ia achar um tédio passar em revista uma tropa de especialistas em ouvido, nariz e garganta...''.

15.''Por que a arte moderna é uma porcaria? Qualquer coisa que parece melhor quando estamos bêbados do que quando estamos sóbrios é suspeita. Além de tudo, um tijolo é um tijolo: qualquer criança de cinco anos sabe. E um carneiro morto é um prato: nao é um objeto de arte''.

16.''Por que a Previdência Social deve financiar as operações para aumentar os seios, em vez de gastar dinheiro com transplantes? Porque, ao contrário do que acontece com os seios, os homens jamais poderão enfiar o rosto entre rins transplantados e dizer ''glub, glub, glub.''

17.''Por que o Império Britânico era bom? Se o império não tivesse existido,o Cinema Império, no centro de Londres,provavelmente se chamaria hoje Odeon, o que criaria confusão no publico, porque já existe um outro Cinema Odeon na cidade''.

18.''Por que o Budismo jamais pegará na Inglaterra? Porque os ingleses acham que é melhor ir para o inferno do que viver aqui por não sei quantas encarnações''.

19.''Por que os castigos corporais devem ser adotados novamente na Grã-Bretanha? Poderemos gravar os castigos e vender as fitas todas para a Alemanha''.

20.''Por que as companhias não devem dar emprego a ninguém com mais de sessenta anos? Porque os aparelhos de surdez podem causar interferências nos sistemas de alarme contra incêndio''.

(Mais, aqui)

GRANDES DEFINIÇÕES ZOOLÓGICAS

Cachorro é um ser às vezes bonitinho, que sempre anda de um lado a outro com objetivos vagamente definidos e, invariavelmente, faz cocô no chão.

2 de janeiro de 2008

DIALÉTICO DO MONÓLOGO

Vimos em “Despido de Razão” (ver post abaixo) invectivas de Jean-Paul Sartre contra Raymond Aron, que preferiu calar naquela ocasião. Mais de uma década depois, no entanto, o “ataque pessoal extremado” do autor de A náusea foi lembrado por Aron em suas Memórias. Aron explicou então seu silêncio diante das acusações de Sartre: não quisera assumir, em maio de 68, o papel de acusado – o que, segundo ele, equivaleria a reconhecer em Sartre o direito de julgá-lo. Não bastasse isso, o porta-voz da “maioria silenciosa” contou que não pretendia “descer ao nível de baixeza e de grosseria” em que o, para ele, arrogante Sartre caíra.

Sartre já tentara se justificar, dizendo que Aron “jamais entendera seus alunos”; e fora justamente o professor o alvo de seu ataque. “O professor hostil a seus próprios alunos”, como disse. De nada adiantou a desculpa: “A justificativa não vale mais que as injúrias”, garantiu Aron. Sartre acusara Aron de repetir a mesma coisa por mais de 30 anos, o que “não representava exercício de inteligência”. A resposta de Aron: “Essa frase pretende ser injuriosa; ela demonstra sobretudo a indiferença de Sartre para com a verdade.” Mas o autor de La révolution introuvable fez a ressalva: indiferença esta, ao menos quando a cólera dominava Sartre.

Ressalva por dever de justiça? Por esperança de reconciliação? O fato é que, para o estudioso da obra de von Clausewitz, a guerra continuava. Para Aron, Sartre falara, em maio de 68, como um demagogo, fosse para bajular os jovens ou por ignorância total da realidade. Esse juízo não o impediu de ainda perguntar, mais de dez anos depois, pelos motivos do que chamou de “explosão de raiva fria ou de cólera rubra” de Sartre.

Só para concluir: “O que me chocou em 1968 foi o caso de Sartre, homem do monólogo – se bem que alegasse pertencer à dialética.”

DESPIDO DE RAZÃO

Junho de 1968. Quatro dias antes das eleições para a Assembléia Nacional convocadas pelo presidente francês Charles de Gaulle em conseqüência daquele mês de maio que chacoalhou a Quinta República, a revista Le Nouvel Observateur publica ataque de Jean-Paul Sartre contra um seu antigo “camaradinha”. Título: “As Bastilhas de Raymond Aron”.

Do lado dos contestadores barulhentos, o autor da Crítica da razão dialética se junta a manifestações que fustigam o poder. Já o alvo de seu ataque representa a “maioria silenciosa”. Aron também toma a palavra nesse período de turbulência que ele descreveria mais tarde como uma semana de algazarra de estudantes seguida de greves que paralisaram a vida econômica do país. Período de apreensão. Para o autor de O ópio dos intelectuais, quando a crise política de maio de 68 chegou ao clímax, pensou-se que o regime não resistiria às pancadas de Daniel Cohn-Bendit. “Nesse dia, em última análise, eu fui gaullista”, diz Aron.

De volta ao ringue, ou melhor, à matéria da revista. Nela, Sartre diz que, por nunca ter aceitado qualquer contestação de alunos, Aron é indigno de ser professor. E acusa o ex-mestre da Sorbonne de exercer “um poder real” que “certamente não se baseia em um saber digno desse nome”. Não satisfeito, sentencia ser necessário, “agora que a França inteira viu De Gaulle todo nu, que os estudantes encarem Raymond Aron todo nu”.

“Não lhe serão devolvidas as roupas se ele não aceitar a contestação”, conclui Sartre.

EXCLUSIVO! LOCALIZADO O LEITOR DO LIVRO DA EX-AMANTE DO EX-PRESIDENTE DO SENADO!

Do blog de Walter Carrilho:


"EU LI O LIVRO DA MÔNICA VELOSO!

Descobri um jeito de ajudar a humanidade. Minha missão é evitar que desavisados sejam contaminados por livros ruins. Pode haver alguém com a tola expectativa de encontrar alguma informação útil em “O Poder que Seduz”, de Mônica Veloso. E é por isso que descolei o livro para dar uma folheada (ler o livro todo? Nem morta, santa!).Segundo a autora, a obra serve para “mostrar, por inteiro, quem é Mônica Veloso” (“Ela já não fez isso na Playboy?”, pergunta alguém no fundo da sala). A outra função do livro é, supostamente, exibir “o controverso modus operandi da política brasileira, percebido por uma jornalista”. Se você quer entender o tal “modus operandi” é melhor bater papo com um taxista. O livro é tão vazio quanto o congresso no domingo. Na página 41 ela comenta a sua decisão de cortar o cabelo quando trabalhava como apresentadora de telejornal: “A franja evoluiu para um topete modelo Itamar Franco, até ficar bonitinha novamente.” Não é IN-CRÍ-VEL? Outra passagem “reveladora” que mostra um enorme poder de análise sócio-comportamental: “Por meio da roupa é possível analisar uma pessoa, um povo.” Parem as prensas!

Titio Walter dá uma sugestão: o livro pode servir para enriquecer uma ceia, pois fornece caldo de “perua”. Cuidado para não engasgar com o excesso de adjetivos.E se você quer detalhes sórdidos do caso com o Renan, uma decepção: o senador só começa a ser citado na página 118! E sem nenhuma revelação de impacto – a não ser que você esteja louco para saber qual era a música favorita do Renan durante o affair (a propósito: era “Marinheiro”, interpretada por Adriana Calcanhoto. Não é DE-MAIS?) Ela merece um voto de louvor pelas tentativas de dar um contexto romântico à história. Quando descreve o jantar em que conheceu Renan, ela lembra do “vento agitando as cortinas” e do “barulho de cristais”. Lindo. Mas, convenhamos, alguém aí consegue imaginar uma cena romântica com o Renan Calheiros? “Amei Renan loucamente” diz ela. É, tem que ser louca mesmo....O livro não está fazendo muito sucesso. Ou seja, em breve, teremos o disco “Mônica Veloso interpreta Cazuza”. Quer apostar? "

RESOLUÇÃO PARA 2008: NÃO CHEGAR A 2009!

Resolução radical de Ivan Lessa para o Ano Novo:

"A resolução do ano novo
Estou pouco ligando para as resoluções dos outros. Contanto que não me atinjam. Nem me digam respeito. Minha resolução, além de única (antes só do que mal acompanhada), é pessoal e intransferível: não chegar ao ano de 2009.
Todos esses anos começando com 2, ou seja, o século 21, foram um inferno para mim. Cansei minha beleza. Gudibái. Tudo de bom para quem fica. Aproveitem"

aqui:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/01/080102_ivanlessa.shtml