7 de fevereiro de 2009

ATENÇÃO! UM LEVE ABALO SÍSMICO ATINGE A ABADIA DE WESTMINSTER. É LAWRENCE OLIVIER SE REVIRANDO NO TÚMULO A CADA VEZ QUE UM ATOR CANASTRÃO ABRE A BOCA

O blog de Nelson Vasconcelos (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/nelson/) já iniciou os trabalhos para eleger o ator mais canastrão do Brasil. O vencedor será agraciado com o Troféu Alberto Roberto. O populacho já começou a se manifestar no espaço destinado aos comentários.

O Sopa de Tamanco abre o voto: José Wilker. É absolutamente improvável que, nos próximos decênios, surja em algum ponto do planeta terra um ator tão canastrão.


Deus do céu: o que são aqueles olhos que sempre ficam semicerrados em cena, como se estivessem tentando enxergar uma agulha no chão? Se tal movimento das pálpebras foi concebido para dar expressão e profundidade às falas, devo dizer que a tentativa não funcionou. Não poderia funcionar.

(Uma informação sísmica: a cada vez que tais trejeitos aparecem na tela, há um leve tremor de terra nos arredores da Abadia de Westminster, em Londres. É Lawrence Olivier se revirando no túmulo, abismado com a profundidade do poço em que a arte de representar foi jogada nestes confins da América. Tais abalos sísmicos se repetem com notável frequência a cada vez que sumidades como Victor Fasano, Humberto Martins, Vera Fischer ou José de Abreu - pateticamente embrulhado numa túnica branca na novela da oito - abrem a boca ou se movem em cena. O governo inglês já pensa em enviar uma carta formal de protesto à embaixada brasileira em Londres. De tão repetidos, os abalos já começam a comprometer as estruturas da portentosa edificação).

Quanto ao voto do Sopa de Tamanco para o ator JW: o que dizer da coleção de óculos? E o gestual ? E a entonação ? E a pretensão? O Canal Brasil exibiu o filme "O Maior Amor do Mundo". A atuação do rapaz é um monumento audiovisual completo, definitivo e insuperável à canastrice. Não há nada igual. Nunca houve. Jamais haverá.

PS: A bem da verdade, há, sim. Podem convocar uma junta formada por luminares agraciados com nobéis de Química, Física,Literatura e Medicina. Nenhum dos gênios seria capaz de decifrar o significado oculto da expressão de eterna catatonia que Vera Fischer exibe, há anos, nos vídeos e nas telas. Se ficassem confinados num quarto contemplando vídeos das atuações de VF, cedo ou tarde os luminares seriam obrigados a dar por encerrados os trabalhos, porque chegariam à conclusão de que a Ciência simplesmente ainda não dispõe de meios confiáveis para explicar o que se passa no espaço entre a testa e o queixo da atriz quando ela começa a representar. O mistério permaneceria intocado. Em compensação, as pedras de Westminster balançariam dia e noite.