As intervenções do irmão Vavá são casos bem-sucedidos de lobby? Não, nada de consultar os grampos feitos pela Polícia Federal. A rigor, esses grampos chocam mais pela indigência vocabular e "os erros do português ruim" do que pelas negociatas reveladas pelas ligações. Mas, e Vavá, se saiu bem ou não? É fácil saber: basta ler "Lobby - O que é.Como se Faz. Ética e Transparência na Representação junto a Governos". O autor do manual do lobbismo é o ex-ministro de Figueiredo, Saïd Farhat. Depois de devorar as mais de 500 páginas do catatau, o leitor poderá tirar conclusões sobre o caso Vavá e o caso Renan.
No entanto, fica a dúvida: o lançamento do manual é oportunismo editorial ou mais uma jogada de marketing pela legalização do lobby no país? Por coincidência, o senador Marco Maciel (aquele que provou que o país não precisa de vice-presidente) já anunciou que vai recolocar na pauta de votação do Senado um projeto-de-lei de legalização do lobby. É a Lei Vavá ou Lei Vavá Maciel.
Se o PT é acusado de aparelhar o Estado, a Lei Vavá Maciel poderá facilitar também o aparelhamento da corrupção no Estado. Os defensores da legalização do lobby argumentam que a atividade é regulamentada há cinqüenta anos nos Estados Unidos. Ora, os lambaris, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.