O Brasil assiste hoje ao apogeu da breguice armorial: "A Pedra do Reino", de Ariano Suassuna, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, o mimado Visconti de Jacarezinho.
Assumidamente reacionário, o que deve ser louvado pela coerência intelectual, Ariano Suassuna hoje é quase uma unanimidade nacional. Até os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, a quem Ariano passou anos esculhambando como vendidos ao imperialismo americano, hoje sobem no palco com ele para cantar marchinhas carnavalescas. O que é pior: fingindo leve constrangimento. Ariano não mudou. Até contra o Manguebeat fez uma acirrada pregação.
Foram os baianos que mudaram, jogaram a toalhinha branca e se tornaram bananas de pijamas neoarmoriais. Além do mais, com a adesão oportunista a Ariano, traíram o tropicalista cineasta Jomard Muniz de Britto, única voz a defendê-los (junto com o crítico Celso Marconi, que levou um murro de Ariano justamente por defender o tropicalismo, nos anos 60), durante décadas, das diatribes e pedradas do novo Imperador da Cultura brasileira, Ariano Suassuna.
Portanto, viva o cineasta Jomard Muniz de Britto.