Até bem pouco tempo, existiam em algumas cidades do sertão paraibano cursinhos intensivos que ensinavam "carioquês" aos candidatos a migrantes para a cidade maravilhosa. O aluno, em poucas lições, aprendia a falar com o sotaque de Madureira, uma das mais horrendas contribuições à última florzinha do Lácio, depois do disco "Araçá Azul".
É preciso checar se essas aulas de reforço ainda estão em funcionamento. De qualquer forma, não deixa de ser uma boa idéia, a ser encampada pelo Ministério da Educação do governo Lula. O Ministério não só estimularia a implantação de novos cursinhos para se falar "carioquês" como também poderia emitir certificados para os alunos concluintes. Outra sugestão seria a concessão de bolsas para os estudantes mais aplicados.
Os que tivessem registro de passagem pela Polícia, além da bolsa, receberiam uma ajuda de custo para se mudar mais rapidamente para o Rio. Fidel Castro fez isso com sucesso no episódio do porto de Mariel/Miami. O degredo faz parte da nossa cultura, não se pode reclamar. Os governos estaduais, reféns da criminalidade, agradeceriam e transformariam a gratidão em votos nas próximas eleições.
O programa seria adotado em todo o Nordeste, sobretudo onde houvesse um posto de vendas de passagem para o Rio de Janeiro da Viação Itapemirim. Com o aprendizado do "carioquês", o Ministério da Educação estaria também contribuindo para que os migrantes se incorporassem com mais facilidade ao Comando Vermelho e outras facções criminosas que dominam os morros e favelas cariocas. A discriminação contra os futuros "soldados", "vapores" e "aviões" do tráfico seria reduzida.
São programas como o "aulas de carioquês" que nos levarão a superar a China, Índia, Coréia e até o Haiti. Só assim teremos um Brasil menos brasileiro.