O escritor Antonio Calado dizia que a ingenuidade é uma forma de insanidade. Nos últimos dias, a palavra "ingênuo" ocupou boa parte das expressões dos que tentam definir as trapalhadas de Vavá, um dos filhos de Dona Lindu. Até o Frei chapa branca Beto qualificou Vavá como "ingênuo". Somos 180 milhões de ingênuos. Entre os quais, se poderiam classificar os chefes de redação dos jornais e telejornais nacionais.
Se foi "ingenuidade" de Renan Calheiros se enrolar nas notas de cinqüenta da Mendes Junior, outros "ingênuos" do Congresso Nacional também certamente estão sendo subvencionados pela generosidade, mimos e regalos de outras construtoras, empresas de lixo, agências de publicidade, fornecedores de produtos eletrônicos etc.Como descobrir as benesses que favorecem os "ingênuos" do Congresso? Qualquer colunista político de província medianamente informado sabe quem são os mecenas de deputados e senadores de seus Estados.
Se os chefes de redação esquecerem um instante da própria "ingenuidade", o País conhecerá rapidamente outros Renans.
Enquanto isso não acontece, as editoras poderiam pensar no lucro e relançar os livros de Antonio Calado. Seria uma bela contribuição à nossa insanidade coletiva.