24 de julho de 2007

Apopléticos de norte a sul, uni-vos

Os jornais argentinos falam que o Brasil vive um momento de surrealismo com o seu apagão aéreo, tal a confusão reinante nos aeroportos e no desencontro das informações sobre os acidentes. Mas a nossa escrita automática, por enquanto, é apenas onomatopéica atonal: pan, pan, pan, tam, tam, tam, top, top, top, etc etc etc. Esses argentinos só entendem de Perón e Maradona. O que os jornais argentinos ainda não perceberam é que a apoplexia aos poucos vai tomando conta do país e se tornando usual. Veja o tal do Bernadinho na quadra. Apoplexia pura. Os comentaristas esportivos analisando e narrando jogos e competições. Apoplexia total. E os passageiros refugados pelas companhias aéreas no saguão dos aeroportos. Cenas de apoplexia explícita. A avidez dos banqueiros pelos juros. Apoplexia argentária. Os freudianos brasileiros precisam explicar à Imprensa argentina o que está acontecendo. O Brasil hoje não é um cão andaluz para ser dissecado por Breton. É um caos psicanalítico.