4 de julho de 2007

Durante muito tempo, a escravidão...

Da última fornada da internet:

"Libertação de escravos mostra 'lado sombrio' do etanol, diz jornal.
A libertação de mais de mil cortadores de cana-de-açúcar em situação similar à escravidão no Pará, na segunda-feira, "mostra o lado sombrio do atual boom do etanol", segundo afirma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário britânico The Independent. O jornal observa que a ação da polícia foi "a maior até hoje contra escravidão por dívida, uma prática que remete à servidão, na qual trabalhadores pobres são atraídos para áreas rurais remotas e então levados a se endividar pelos proprietários das fazendas, que cobram preços exorbitantes para tudo, de alimentação a transporte". "Prometem a eles altos salários, e eles contraem uma dívida com seus empregadores pelo transporte, o alimento e as ferramentas de trabalho. Como não têm como pagar, ficam escravizados pelas dívidas", explica a reportagem".
............................................................................................
Notícias como essa publicada pelo jornal inglês são recorrentes. Mas os intelectuais brasileiros não lêem mais os jornais escritos por estagiários. Têm razão. Certamente é o caso do sociólogo Roberto da Matta, ex-leitor, também. Na televisão, ao falar sobre o episódio das "crianças" da Barra, o sociólogo anunciou, em primeiríssima mão, que o Brasil já havia acabado com a escravidão. No entanto, é preciso informar os usineiros (heróis do lulismo) que Roberto da Matta promulgou a Lei Áurea. Libertar os escravos dos canaviais até que a Polícia Federal poderia se encarregar disso, mas desinfetar e desinfectar a consciência nacional da mentalidade escravagista deveria ser tarefa cotidiana dos nossos intelectuais. Joaquim Nabuco, no século século XIX, fez, profeticamente, a parte dele, falta agora Roberto da Matta voltar a ler jornais, mesmo os que são feitos exclusivamente pelo coletivo de estagiários. Essa gentalha do etanol...