21 de junho de 2007

QUEBRADO O SIGILO FISCAL E TELEFÔNICO DO "SOPA DE TAMANCO"!

O site comunique-se.com.br , especializado em jornalismo, quebra o sigilo fiscal do blog Sopa de Tamanco, publica o tamanho do nosso deficit financeiro e abre crise entre investidores preocupados com as consequências da nova bolha na Internet:

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Ou ler aqui a reportagem de Marcelo Tavela, no comunique-se.com.br :



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Sopa de Tamanco: blog escala timaço de jornalistas

Marcelo Tavela



Amin Stepple, Geneton Moraes Neto, Joel Silveira, Paulo Polzonoff Jr., Roberto Borges e Toni Marques. Esse é o timaço responsável pelo blog Sopa de Tamanco, que entrou no ar no início de junho. “Obrigado pelo ‘timaço’. É um exagero. Mas o Sopa de Tamanco decidiu o seguinte: sempre que um exagero for cometido a favor do blog, será imediatamente aceito como verdade”, rebate Geneton.

A resposta traduz o tom do Sopa de Tamanco – nome que mostra que o conteúdo é pau puro – e também da entrevista por e-mail, que originalmente serviria como base para um texto corrido, mas que acabou ficando com as respostas diretas para manter o espírito da coisa.

Comunique-se - O blog reúne um timaço de jornalistas, em 4 cidades diferentes. Como foi juntar a turma toda? E como o blog e as postagens são organizados?

Geneton Moraes Neto - Em resumo: o blog Sopa de Tamanco é um exemplo de como “nunca foi tão fácil” ter uma voz. Nem faz tanto tempo: quem quisesse, por exemplo, publicar um jornalzinho “alternativo”, teria de procurar uma gráfica, pagar pelo serviço, distribuir precariamente os exemplares, enfim, levantar as mãos aos céus se conseguisse um punhado de leitores. Hoje, em questão de minutos você pode criar um “jornal virtual” num desses territórios blogueiros. Depois, é só iniciar o saudável tráfico de influência internética. Ou seja: um blog faz um link para outro. E assim por diante, numa corrente sem fim. Seja lá quem inventou esta joça da internet, é um benfeitor da Humanidade.

O blog nasceu – literalmente – de uma conversa de corredor. Toni Marques, companheiro de trabalho, usou a gíria “Sopa de Tamanco” para falar sobre uma discussão que rolava na redação. Ou seja: pau puro. Propus: que tal se a gente abrisse um blog 100% desvinculado de qualquer coisa para “falar mal” dos outros nas horas vagas?

O investimento total foi de R$ 600, pago a uma designer para diagramar o blog. Em uma semana, a página estava criada. Caiu na rede. São as maravilhas da Internet.

Convoquei os outros integrantes do time. Amin Stepple é um velho amigo, nós nos formamos juntos na década de 70. Roberto Borges, hoje radicado em Brasília, também: é amigo desde os tempos do Recife. Paulo Polzonoff, atualmente em Nova York, em trânsito para São Paulo, dono de um belo texto e uma língua “ferina”, completou o time.

É uma ação entre amigos – um exemplo escandaloso de como ficou fácil “publicar” um jornal virtual.

Tenho o site www.geneton.com.br – que funciona, na verdade, como uma espécie de armazém de entrevistas com grandes nomes, como Paulo Francis, Chico Buarque, Ivan Lessa, João Cabral de Melo Neto, enfim, um grande time. O site é, basicamente, uma maneira de tornar acessíveis textos, entrevistas e reportagens que – de outra maneira – ficariam soterradas em algum departamento de documentação.

Comunique-se - Joel Silveira colabora com suas "Pílulas", digitado por você. Como a participação dele é feita?

Geneton Moraes Neto - Sou amigo – e pupilo – de Joel Silveira há vinte anos, exatamente. Fizemos dois livros juntos. Não se passa uma semana sem que a gente se fale, nem que seja por telefone. Já me acostumei a receber telefonemas em que Joel se anuncia assim: “Sargento Silveira, às suas ordens...”. Joel me encaminhou textos e pastas. Nós nos falamos sempre. É daí que saem as pílulas para o Sopa de Tamanco.

Comunique-se - O blog não tem o apoio de um grande portal. Isso foi alguma prerrogativa ou “simplesmente aconteceu”? Há o interesse de entrar em algum portal futuramente?

Geneton Moraes Neto - Nem passou por nossa cabeça a idéia de hospedar o blog em algum portal. Mas é claro que pretendemos ganhar um milhão de dólares com o Sopa de Tamanco, para prover com equipamentos de última geração os filhotes que hão de nascer. Ou seja: TV Tamanco, Rádio Tamanco, Cine Tamanco, Parque de Diversões Tamanco – e assim por diante.

O problema, por enquanto, é que o caixa do blog é zero. Não pensamos em patrocinadores. Nosso departamento comercial saiu. Não volta.

Já começamos com um deficit com seiscentos reais, investidos a fundo perdido.

Comunique-se - O Sopa de Tamanco entrou no ar no início do mês, certo? Quantos acessos já obteve?

Geneton Moraes Neto - Para ser 100% sincero, tomei um susto com o número de acessos. Para um blog recém-criado, 100% “marginal”, sem qualquer vínculo com qualquer portal, ter 12 mil acessos em uma semana foi uma bela surpresa. Eu me contentaria com – por exemplo – três mil por mês (é um número totalmente aleatório. Cito três mil porque três mil é a tiragem média de um livro no Brasil).

Não tenho a menor idéia sobre o que significa “fracasso” e o que significa “sucesso” no universo blogueiro. Deve haver blogs excelentes com 100 acessos por semana. Os parâmetros devem ser outros: alguém pode abrir um blog para ser lido apenas por cinco conhecidos. Por que não?

O que conta, para nós, é o prazer de escrever. E só. Não estamos fazendo contas. Não fazemos por obrigação, mas por diversão, única e exclusivamente.

A propaganda boca-a-boca ( ou clique-a-clique) funciona. O blog de Noblat, super-isitado, recomendou o Sopa de Tamanco. Igualmente, blogueiros do Globo On Line, como Nelson Vasconcelos. A coluna de Hidelgard Angel, no Jornal do Brasil, chamou o Sopa de Tamanco de “a nova sensação da internet”. Como o exagero foi cometido a nosso favor, agradecemos, penhorados.

Em resumo: o Sopa de Tamanco nasceu do nada, literalmente. É apenas uma diversão para as horas vagas (já que todos nós, claro, temos outros afazeres – que nos tomam 90% do tempo disponível).

Já que é tão fácil abrir um espaço na internet, tudo o que a gente tem feito é compartilhar com os caríssimos visitantes os comentários, as bobagens e os absurdos que a gente diz, no corredor, na hora do café ou no telefone com velhos amigos.

Um detalhe: um não toma conhecimento do que o outro vai publicar. Cada um é editor de si próprio. A gente só vê o que o outro escreveu depois que o post foi publicado. Não queremos reproduzir, aqui, a figura do editor (ou do falecido copidesque), o sujeito que vive assassinando textos alheios.

Reconheço que o Sopa de Tamanco se tornou um mini-parque de diversões tanto para quem faz como para quem lê: os posts devem apostar no bom-humor. Nada de sectarismo, nada de ranzinzice. Igualmente, ninguém aqui paga pedágio para a patrulha politicamente correta. Deus nos livre.

Queremos poder fazer perguntas como:

O ceguinho-fotógrafo que vive pontificando sobre enquadramento em entrevistas nas TVs a cabo continua solto?

E a locutora de aeroporto que anuncia os vôos no Aeroporto do Galeão com voz de último suspiro?

E o inventor do arvorismo?

E os praticantes do balé aquático?

E o Senado?

O Sopa de Tamanco chegou para perguntar.


20/6/2007





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