15 de agosto de 2007

A nova estética: FILHISMO

Da Folha de São Paulo:
"Badalado nome do chamado "cinema de autor", Karim Aïnouz ("Madame Satã", "O Céu de Suely"), 36, conta que havia parado de ver TV há anos, por razões "ideológicas marxistas".Diretor de filmes absolutamente distantes da linguagem melodramática da televisão, Aïnouz se surpreendeu com o convite para a direção do seriado "Alice", do canal HBO, que será veiculado no Brasil e na América Latina em 2008.Para encarar o projeto, decidiu ver novela. "Assisto a "Paraíso Tropical" todos os dias. Sei tudo o que acontece com a Paula e a Taís", conta, rindo. "Sempre digo que meus filmes não são de história. Meu desafio agora com "Alice" é narrar, fazer as pazes".


Vem aí uma nova escola cinematográfica: o FILHISMO. São os cineastas que tentam imitar os telenlatados caça-níqueis de Daniel Filho. Pelas declarações do cineasta cearense, já surgiu o primeiro candidato da nova geração a seguir os passos de Filho: ele próprio, Karim Ainouz. A nova estética, FILHISMO, certamente será inspirada e mixada dos abomináveis filmes iranianos (onde nada acontece) e das novelas globais (onde tudo acontece, inclusive nada). Enquanto a nova safra de filmes do movimento FILHISMO não chega às telas, o blog permanece aguardando a reação do cineasta pernambucano Claudio de Assis, que levou uma supertamancada de Daniel Filho, o rei dos telenlatados. Vai ficar quietinho, Claudio de Assis? Vamos ter que recorrer a Frei Caneca para defendê-lo da queimação de filme de Filho? O espaço continua aberto para a sua defesa. "Quem não reaje rasteja" é a lição de "Baixio das Bestas", esse sim um filmaço para assistir sábado à noite, ao lado da "patroa" e da amante.