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Desprendo os dedos do teclado. É imperativo. Sinto que vacila a velha máquina, antes tão fiel, tão submissa, tão ingenuamente certa do que fazia. Vacilam os tipos, vacilam as palavras que não querem ser mais usadas, porque aprenderam que nunca foram ou serão ouvidas. Esmaecidas e exaustas, as teclas parecem implorar:
-Deixa-nos em paz. Não vês que perdemos a voz ?
Joel Silveira, datilografado por GMN