25 de julho de 2007

Por que passo a palavra

Passo palavra porque gente como Antônio Fernando Borges, citando Eça de Queirós, tem algo melhor a dizer:

”O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce… A agiotagem explora o juro.

A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: O pais está perdido!”

Eça é de Queiroz - e o ano é 1871.