30 de novembro de 2007
Destino manifesto
Marco Antonio Fiorito é o nome desse injustiçado Pasolini.
Está no Smoking Gun.
http://www.thesmokinggun.com/archive/years/2007/1130071onecup1.html
(O Blogger está bichado para fins de links.)
MORAES NETO, O UBERTOSO
Diferentemente do escritor francês, no entanto, Moraes, o popular Neto, não precisa escrever para ganhar dinheiro, já que tem o futuro garantido para mais sete gerações de sua descendência em função de deter onze por cento das ações com direito a voto das Organizações Globo.
Razão por que Neto, o popular Nê, pode se esmerar na escrita, gastando as horas do dia em que não está ocupado retocando a pintura da barba ou coçando com a unha do dedo mínimo partes pudendas de sua anatomia em exercícios de estilo de causar espanto a Bakhtin.
Por tudo o que deixo dito, vale comprar seu Dossiê História. Vão lá. Mulher feia paga e leva.
E se as razões acima não convenceram, que ao menos se faça por caridade: ajude N. a comprar mais um por cento da empresa do dr. Roberto. Ele detesta número ímpar.
CABRERA
''Mas a adesão de García Márquez a Fidel Castro é posterior à leitura que fiz de 'Cem Anos de Solidão'! Se me interesso tanto por Jorge Luis Borges, não poderia me interessar por 'Cem Anos de Solidão', um livro folclórico. Se o problema é encontrar um livro que trabalhe com elementos sul-americanos surpreendentes, então prefiro 'Grande Sertão: Veredas.'"
(Mais, aqui)
29 de novembro de 2007
ESPÍRITO
Quem lembra o fato, quatro séculos depois, é Bertrand Russell, que aproveita a ocasião para a tirada: "Sócrates costumava meditar um dia inteiro na neve, mas a mente de Descartes só funcionava quando ele estava aquecido."
DE RASPÃO
'Loolah's Family Scolarship'
Somos piores que os iranianos, os poloneses e os filipinos.
PRECONCEITO SEXUAL
— Você diz isso por preconceito.
— Como? Você pisou no meu pé, Armina!
— Tudo bem. Mas precisava reagir desse jeito?
— Você preferia que eu dissesse “uh”, por acaso? Uh, continua doendo! Foi bem no ded...
— Não é o “ai”, Botero, é a maneira como você fala.
— Que é que você disse? Ai, digo, uh, essa agora foi...
— Eu disse que esse seu “ai” tá carregado de preconceito sexual.
— Se tem uma coisa contra a qual não tenho preconceito é sexo, Armina. Pelo contrário, gosto muito. Você é que às vezes...
— Preconceito contra o sexo! Machismo! Você é contra o meu sexo!
— Se é o que eu prefiro!
(Mais, aqui)
28 de novembro de 2007
UM ANTI-PRÊMIO PARA NORMAN MAILER....
"Mailer ganha prêmio por pior descrição de sexo
O escritor americano Norman Mailer, morto no início deste mês, foi o vencedor do prêmio 'Bad Sex in Fiction Award', pela pior descrição de um ato sexual na literatura de ficção em inglês.
Mailer foi agraciado com o prêmio, distribuído pela revista de literatura britânica The Literary Review, por um trecho de sua última obra, The Castle in the Forest, ainda sem tradução no Brasil".
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071128_mailersexo_ba.shtml)
Uma dúvida: o que aconteceria se o prêmio fosse estendido para autores de língua portuguesa ?
O CLUBE DOS PEZINHOS NAS POLTRONAS TENTA CONTATO COM TERRÁQUEOS
"Bato o olho na televisão. A participante de uma roda de conversa tira o sapato e põe os pés na poltrona, durante todo o programa. Meus botões me perguntam : 'É para parecer livre e informal'?"
(Mais, aqui)
POBRES DE ESPÍRITO
(Mais, aqui)
REGINA CASÉ ( OU MELHOR: REGINA CASEBRE), EXPLORADORA DOS POBRES E OPRIMIDOS
COMO DIFERENCIAR XUXA DE SASHA: A QUE FALA COM VOZ DE RETARDADA É XUXA....
"Sasha, a filha da Xuxa (atenção, esta frase é um ótimo trava-língua), deve ser o primeiro resultado do cruzamento entre um ser assexuado (Xuxa) e um animal acéfalo (Luciano Szafir). O cruzamento teve a participação providencial de uma Marlene Matos (um animal ainda não classificado pela biologia), mas isso não conta. Há boatos de que Sasha é, na verdade, uma boneca Barbie que adquiriu vida.Sasha é muito parecida com a mãe. Algumas pessoas acham difícil diferenciar uma da outra. É muito fácil: basta colocá-las lado a lado. A que fala com voz de retardada costuma ser a Xuxa. Sasha é uma celebridade precoce. Deu a sua primeira entrevista para a Revista Contigo quando ainda era um feto– a revista voltou a entrevistá-la aos 9 anos, momento em que revelou ter contado com a ajuda da mãe para comprar o seu primeiro sutiã. A mãe também pretende comprar dois diretores globais e um favelado para distrair a filha"
(aqui:http://waltercarrilho.blogspot.com/2007_09_01_archive.html)
UM NOVO ESTAMENTO SOCIAL: OS RICOS POBRES
O pobre rico não vai a Moema porque é bairro de burguês. Como não-burguês, ele prefere, por exemplo, pagar R$ 7,00 para entrar num fundo de quintal atulhado de gente (ou similar), onde o churrasquinho, pelo preço exorbitante, deveria ser feito de endríago.
(Mais, aqui)
A CRIAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO O PETISMO
— Agorra, o luiz, porrr favorrr.
E lhe trouxeram o Lula. E Lula disse:
— Nunca antes na história desse país.
E Marx irritou-se:
— O luiz, apertem o interruptorr porr amorr de... do... Light! Turn the light on! Now! I’m loosing my opium of the people!
(Mais, aqui)
ABORTO ESPONTÂNEO
(Mais, aqui)
27 de novembro de 2007
UM TRATO NA LÓGICA
De passagem pela cidade, um filósofo muito influente nas rodas ilustradas da capital austríaca é convidado para ajudá-los na discussão. Ele é especial.
É chegada a hora. Feyerabend expõe para uma audiência de eminentes filósofos e cientistas um resumo das investigações em curso naquela sociedade estudantil , espécie de versão júnior do Círculo de Viena. Não satisfeito, dá algumas sugestões de como prosseguir com os trabalhos.
Ato contínuo, o convidado especial (que chegara com mais de uma hora de atraso) interrompe, da platéia, o palestrante. E exclama: "Pára! Assim não dá!" É Ludwig Wittgenstein, poucos minutos depois de chegar ao auditório.
DOSSIÊ HISTÓRIA, O LIVRO-REPORTAGEM: A PALAVRA DE TESTEMUNHAS E PERSONAGENS DE FATOS QUE ABALARAM O MUNDO!
Chega às livrarias esta semana o DOSSIÊ HISTÓRIA , um livro-reportagem que traz o que a TV, por absoluta falta de tempo, não mostra: depoimentos completos, na íntegra, sem qualquer corte. Cenas de bastidores. O que se esconde por trás das reportagens. Os personagens do livro-reportagem são testemunhas e personagens de acontecimentos que, literalmente, abalaram o mundo.
O DOSSIÊ HISTÓRIA - um lançamento da Editora Globo - traz depoimentos do professor de Mohammed Atta, o estudante de aparência pacata que viria a se transformar no chefe dos terroristas que perpetraram o maior ataque terrorista da história, o 11 de Setembro. Atta, um egípcio, chegou à Alemanha para estudar arquitetura. Terminou recrutado por um olheiro da Al-Qaeda. Virou um terrorista suicida. Além do professor, o livro publica entrevistas completas com gente que conviveu intimamente com Mohammed Atta: um retrato falado do super-terrorista.
Você vai encontrar também, no DOSSIÊ HISTÓRIA, um depoimento do palestino que ouviu os segredos de Bin Laden numa caverna no Afeganistão. O que Bin Laden terá dito a ele ? E mais: uma entrevista com o agente alemão que tentou mas não conseguiu salvar os atletas israelenses atacados por terroristas palestinos nas Olimpíadas de Munique; as confissões do ex-soldado nazista que, aos oitenta e cinco anos, fala sem meias palavras sobre as atrocidades que cometeu;
o desabafo do filho de um carrasco nazista que até hoje faz companha contra o pai; o drama da mulher que descobriu que tinha um criminoso de guerra na família. Também: a palavra do militante que causou escândalo na Europa ao declarar que estaria disposto a se sacrificar como homem-bomba. Por fim, o DOSSIÊ HISTÓRIA traz um capítulo extra com um personagem que dá um aula de jornalismo: o "jornalista que derrubou um presidente".
Sou suspeitíssimo para falar, mas, dou um palpite: vale a pena embarcar nesta expedição rumo aos bastidores da história.
DOSSIÊ HISTÓRIA não é tese nem análise. É cem por cento reportagem. O jornalismo vive de quê ? De memória. O papel do repórter, como se sabe, é tentar reconstituir da melhor maneira possível o que aconteceu de importante. Não existe fonte melhor do que a palavra de quem viu e ouviu.
E a palavra de quem viu e ouviu é justamente o que você encontrará em DOSSIÊ HISTÓRIA - que começa a chegar agora às melhores casas do ramo.
Fim do intervalo.
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3223440
Agora vai!
'"Nós somos abençoados por Deus", afirma Lula sobre PNUD
'Morador de rua pode ter sido atacado por rival, afirma polícia'
'Para delegado, garota presa com homens no PA "tem debilidade mental"'
'PM morre baleado durante operação em favela do Rio'
'Morre bebê abandonado em lata de lixo na Grande São Paulo'
Gross phrasen afacalhäden
DEPOIMENTO
"OS INGLESES NÃO SÃO SÉRIOS"
"A crítica é um negócio, uma ocupação, um metier, algo que os críticos fazem para viver. Sempre se esperou dos críticos da Inglaterra que divirtam os leitores e sejam "criativos" e destrutivos - não que eles façam o que deveriam fazer: estabelecer o que é um livro e examiná-lo seriamente. O que os críticos fazem não é sério.
Vou além: os ingleses não são sérios. Trocam qualquer coisa por uma boa risada, porque têm um grande senso de humor (Burgess fala dos ingleses na terceira pessoa do plural, sem se incluir). Acontece que este senso de humor é excessivo. Os franceses levam as coisas demasiadamente a sério. Já os ingleses não levam nada a sério o bastante."
(Mais, aqui)
NEGO E REPILO
PITNAZIS
(Mais, aqui)
A bipoladidade é uma merda
- Paulo?
- Eu, claro. Você ligou no meu celular, animal.
- Sou eu, Marconi.
- É o único animal com quem falo.
- Você tá chateado com o que eu escrevi? - pergunta ele. - Foi brincadeira!
Depois o cara me escreve isso daqui. Pode?
Caros leitores, tudo aqui é brincadeira. Nós nos amamos e vamos fundar uma comunidade hippie baseada nos preceitos da tamancada ética. Please. E sobre meu texto sobre o fim das amizades, caramba, não tem nada a ver com o Sr. Marconi Leal. O texto foi escrito há mais de uma semana.
Extra! Extra!
"Realmente este livro é uma maravilha! Escrevê-lo foi muito fácil. Com este negócio de computador, basta usar três teclas, combinadas: ctrl, c e v.", declarou o monstro sagrado do jornalismo de esquerda brasileiro.
Melô do dia
Adocica,
meu amor,
adocica.
Adocica,
meu amor,
a minha vida
ô!
Reparem como, genialmente, adocica rima com adocica e, depois, com vida. E como amor rima com ô.
Doe agora ou cale-se para sempre
Precisamos de sua contribuição financeira. Nosso querido colaborador, amigo e, infelizmente, humorista Marconi Leal precisa de tratamento médico. O pobre-diabo nasceu com uma doença incurável que só agora está se manifestando em sua forma mais agressiva. A doença, sem nome para os leigos, é causada por um vírus que se aloja na criança assim que ela vem ao mundo, o Burricis recifensis. O tratamento é feito à base de muito mandacaru e pau-do-índio. A chance de sucesso, infelizmente, é de 2%. Mas precisamos tentar.
Aceitamos cartões de crédito, claro.
COITADO
UIA! PAULO POLZONOFF DANDO UMA DE HUMORISTA!
Na tentativa de ser engraçado, faz o que ele próprio condena: contextualiza. Respostas à altura da ignorância apontada? Pra quê, se a gente pode usar Chico Anysio como escora?
O homem-que-escreve-crônicas-que-chama-de-ensaios é superior a isso. Como não seria convincente se fazendo de inteligente, tenta o humor, com péssimas conseqüências para os leitores.
Te aquieta, Cotoco. Melhor voltar a publicar livros do Alexandre Silva.
Pesos & Medidas
Brasil, um país livre como... a China
Sim, meus amigos, uma perigosa piada.
Pelo que li, o MP "investiga se houve preconceito". Caramba, eu não sabia que era proibido ter preconceito. Quero dizer, será que eu vou ter mesmo que ouvir o próximo disco da Maria Rita para dizer aos meus amigos que é uma porcaria? Sim, porque saber de antemão é um preconceito.
Ou melhor, pré-conceito, como preferiria Décio Pig-natari.
Está lançada a campanha: DEIXEM O JÔ EM PAZ.
(Por mais que eu, pessoalmente, não goste do Jô.)
Uia!
O contexto é a mais bela desculpa intelectual do século XX. Serve para tudo. O genocídio dos judeus na Segunda Grande Guerra? "Você tem que entender o contexto". A grande fome durante a Revolução Cultural na China? "Mas aquilo aconteceu em determinado contexto..."
Os modernistas de 22 eram uns ingênuos. Queriam a liberdade. Eu era assim também quando tinha 17 anos. Pré-hippies, eles achavam que tudo que fosse uma regra era um problema. Daí a frase de Mário de Andrade.
O problema, aliás, nem é a frase, e sim o uso que se faz dela para se justificar toda a liberalidade possível.
Mas é o que dá o cara ser alimentado com mandacaru quando é criança. Vira humorista. Coitado.
EUCLIDES INAUGURA CATEGORIA CORNOLÓGICA: CORNO-ESCRITOR
"Não bastasse estudiosos revelarem que, na verdade, a imperatriz do Egito Cleópatra era uma baranga...que o Brasil iniciou sua Independência numa cagada imperial...e que, ao contrário da lenda urbana, não foi o presidente francês Charles de Gaulle que percebeu que o Brasil não é um país sério... ...agora o pessoal vem virar a história da morte do Euclides da Cunha. Recapitulando: o autor de "Os Sertões" era bom de pena, mas péssimo de pontaria. Quando passou a usar peruca de touro, pegou um revólver e foi vingar a honra."
(Mais, aqui)
26 de novembro de 2007
ORDER AND PROGRESS
POLÊMICA CASEIRA
Antes de mais nada, para falar da definição marioandradiana seria preciso contextualizá-la. Não entender que Mário de Andrade está marcando espaço quando escreve isso em pleno Modernismo é falta grave e o infrator deveria perder quatorze pontos no diploma.
Pior, não perceber, por exemplo, que “Paulo Francis e eu no Metropolitan Museum of Art”, entre outros textos do seu livro "A face oculta de Nova York", enquadra-se no estilo elevado da crônica brasileira significa ao menos uma coisa: não ter lido “A Cidade Vazia” de Sabino. Além de me permitir citar Chico Anysio, que disse certa vez a respeito de Pelé: “Jamais vi alguém fazer tão bem aquilo de que entende tão pouco”.
Mas há quem concorde com Polzonoff. O leitor que julgue por si mesmo.
A CENA MAIS PATÉTICA DO MUNDO
"Nossa música marcante foi a do filme "Lisbela e o Prisioneiro". Misturávamos as nossas vozes com a do Caetano e cantávamos, baixinho, olhando no fundo dos olhos do outro: "Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer. Você só me ensinou a te querer, e te querendo eu vou tentando me encontrar...".
Como diriam os ingleses num momento de espanto, "gosh!!!".
Independentemente de qualquer outro tipo de julgamento, a leitura deste parágrafo, reproduzido hoje em blogs e colunas, me trouxe à lembrança a cena mais patética que já presenciei desde que pus as patas neste planeta. Uma vez, num restaurante a quilo cheio de gente, um marmanjo e a acompanhante ficaram exatamente assim: um olhando nos olhos do outro, por intermináveis minutos, sem dizer palavra, com ar de pombinhos. ...
Se aquela menininha que fazia ponta antigamente nos Trapalhões reaparecesse ali, no restaurante, com toda certeza diria : "Bíiito....".
Se Nélson Rodrigues ressuscitasse, diria o que disse uma vez numa redação: "Patético!!!".
Garçons se movimentavam levemente constrangidos, ao redor da mesa, à espera de que o casal de pombinhos resolvesse parar a encenação para pedir um refrigerante, por exemplo.
Vizinhos de mesa bem que tiveram vontade mas guardaram para si, educadamente, a vontade de dizer : "Já começou a ficar ridículo. Se não for incômodo, vocês poderiam, por favor, ligar para o Departamento de Senso de Ridículo para pedir que eles mandem socorro imediatamente ? ".
Mas não. Ficaram todos calados. Todo mundo olhando de lado e fazendo de conta que a cena não era patética.
A espécie humana - já disseram - é inviável.
Sempre foi.
E será.
Satã e Murdoch
"The lawsuit filed yesterday by O.J. Simpson publisher Judith Regan against her former employer, Rupert Murdoch, has created a “difficult personal dilemma for me,” Satan said in a press conference today. For the Prince of Darkness, who has had longstanding ties to both Ms. Regan and Mr. Murdoch, the lawsuit “leaves me feeling very much caught in the middle,” Satan told reporters."
(Mais, aqui)
"JAMAIS TIVE A MENOR VONTADE DE POSSUIR UM QUADRO DE PICASSO"
“A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é, inteiramente, uma invenção universitária”.
“O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século - na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”.
“Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol, nunca acompanhei novela de TV, nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”, nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”, nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”, nunca tive um carro,nunca passei do limite da conta bancária,nunca compareci a tribunal. Ninguém nunca me ofereceu drogas,convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo. Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso, ter uma Ferrari, vestir um Armani ou morar em Aspen”.
(Mais, aqui)
A INTIMIDADE DAS ATRIZES....
"A revista Contigo colocou a Deborah Secco na capa para anunciar uma matéria que revela a “intimidade” da atriz. Pergunto: e ainda existe alguma intimidade para ser revelada? Em uma pessoa que aparece semanalmente nessas revistas e que estrelou duas edições da Playboy? Só se mostrarem um diagrama do sistema reprodutor"
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/2007/08/voc-no-est-nem-mas-eles-publicam-assim.html)
O LESTE EUROPEU INVADE OS DOMÍNIOS DA RAINHA DA INGLATERRA...
"As igrejas católicas britânicas, que andavam quase que às moscas (católicas, mas moscas), estão agora repletas de poloneses, lituanos, letões etc. Deve-se a eles também o aumento da extrema direita, o tráfico de armas baratas, a heroína barata, a proliferação de moedas falsas e, para encerrar com fecho de ouro, a paquera grossa, ou seja, eles passam a mão nas senhoras e senhoritas locais alegando, quando presos, que isso é um costume comum na terra deles.
Espero ter, se não esclarecido tudo, ao menos semeado mais confusão. Assim emigra a Humanidade"
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071126_ivanlessa_tp.shtml)
"A BLOGOSFERA É FEITA DE MIRAGENS"
"Minha amiga mais paulista (embora já não more por lá) ligou-me bem cedo, um dia, trêmula com a novidade:
“Eu o encontrei, Borges. Quando menos esperava, eu o encontrei. Tudo misterioso, coisa do acaso, como eu prefiro.”
Contou-me, então: estava escolhendo livros num sebo da Cidade Velha quando o reconheceu (pela foto no site): ele mesmo!, ali, em pessoa! Seu blogueiro favorito. O autor daqueles textos exatos, tão cheios de informação e de estilo. Um modelo a seguir (repetiu três vezes), que ela ao menos tentaria seguir, assim que se animasse a entrar na grande festa virtual.
* * *
“Lá estava ele, Borges, fuçando as bandejas de ofertas, com seus olhos de lince — mais triste do que na foto do blog, é verdade. Mas fotos são só fotos, não é mesmo? E ele era ele, para quê exigir mais?”
Nem pensou duas vezes: tentou imediatamente a abordagem.
* * *
Mas quem reconhece seu ídolo quando o encontra ao acaso, sem máscara? Do moço risonho e de olhar inteligente da foto do blog, havia muito pouco ali, na figura tímida, assustada e enfermiça que fuçava no meio da poeira com olhos gulosos e infantis.
“Quanta decepção, Borges! A tal de blogosfera é feita de miragens…”
(aqui, o texto completo: http://antoniofernandoborges.com/)
PETISMO
— Que la assemblée soit!
Porque vinha numa péssima tradução francesa. E ninguém entendeu, já que o lumpemproletariado estava falando muito alto e poucos dominavam o idioma.
E Marx impacientou-se:
— Ach! Hágase la cita, carajo!
E todos correram ao dicionário português-espanhol, mas a consulta demorou um pouco, pois houve alguma discussão sobre se a ordem alfabética deveria ser respeitada ou segui-la seria um passo neoliberal.
(Mais, aqui)
25 de novembro de 2007
VALE ESPANCAR?
Persiste sua influência? Bem, ainda invocam seu nome ou de um seu personagem para descrever um perrengue que parece não acabar ou um porre daqueles.
De acordo com Platão, seu inimigo declarado, ele foi o educador dos gregos. E o que dizia Heráclito do Poeta? "Homero deveria ser expulso dos jogos públicos e castigado com bastonadas."
"VIAJAR É BEBER EM OUTRO LUGAR"
"O jurista, filósofo e meu amigo Iuri Vasconcelos Barros de Brito desenvolveu o seguinte e abalizado axioma sobre a questão dos deslocamentos espaciais: 'Viajar é beber em outro lugar'."
(Mais, aqui)
MASOQUISMO
(Mais, aqui)
24 de novembro de 2007
23 de novembro de 2007
Nome é destino (é o que eu sempre digo)
Vocês devem ter lido, mas, mesmo assim, passo aqui rapidamente, pois ainda estou de recesso devido a minha mudança para Lisboa, para comentar a seguinte matéria publicada na Folha (assinante) de quinta-feira:
Bolsistas brasileiros em ato pró-Chávez
A manifestação a favor da reforma constitucional teve ontem o reforço de um ruidoso grupo de universitários brasileiros que estuda na Venezuela com bolsas de estudos do governo Hugo Chávez. Com uma bandeira brasileira para se abrigar do sol e uma batucada improvisada, os cerca de 20 estudantes traziam também bonés, camisetas e bandeirolas dos movimentos sociais às quais pertencem, como o MST e o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), todos ligados à Via Campesina, movimento internacional que reúne organizações pró-reforma agrária. “Estamos aqui porque apoiamos o processo e vamos contribuir com o que for possível”, diz a estudante de medicina Lucicléia Soares, 21, de Conceição do Araguaia (PA), filiada ao Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). “A soberania tem de estar no povo. Se o povo quiser, tira o Chávez”, diz a colega Vaubéria Macêdo, 22, ao defender o ponto mais debatido da reforma, a reeleição indefinida para presidente. Originária de Nova Olinda (CE) e ligada à Pastoral da Juventude Rural, ela acha que o presidente venezuelano precisa de mais tempo: “As pessoas que apóiam o capitalismo ainda estão muito fortes, a revolução precisa de tempo”. Lucicléia e Vaubéria contam que chegaram a Caracas há sete meses para estudar medicina na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), projeto criado em Cuba. O grupo conta ao todo com 66 brasileiros. Todos recebem uma bolsa integral do governo venezuelano e devem ficar no país durante os sete anos do curso.
Nosso grande filósofo Nelson Rodrigues estava certíssimo: nome é destino. Eu fiquei tentado a simplesmente escrever: mas se eu me chamasse Lucicléia ou Vaubéria também devotaria minha vida a causas ignóbeis, como uma reação ao trauma de ter recebido tais nomes. Mas isso não seria justo com as outras Lucicléias ou Vaubérias (será que existem outras?) que nunca apoiariam um aspirante a ditador (”tá de sacanagem, aspira?”), mesmo que financiada por alguns tostões que lhes garantissem os estudos.
As duas moças recebem para estudar o que grande parte da população venezuelana não ganha trabalhando duro. O que é pior: essa parte da população que trabalha duro - e cujos filhos, muitas vezes, não pode freqüentar uma universidade por falta de grana - financiam as brasileirinhas que nunca pagaram um vintém na Venezuela. É justo?
O povo da Venezuela podia exigir que os estrangeiros que fossem no país estudar com bolsa dediquem alguns anos de suas vidas atendendo gratuitamente a população que bancou suas faculdades. Mas sabem o que vão fazer as brasileirinhas após a formatura? Voltar para o Brasil, certamente, abrir seus próprios consultórios e, horror! horror!, se integrarem ao capitalismo que tanto odeiam.
Lucicléias ou Vaubérias, tanto faz, se nome é destino, façam que seus destinos não sejam equivalentes a seus nomes.
(PS: Volto à labuta blogal no dia 1 de dezembro)BENZETACIL
Instrumento de tortura precito pela Corte Internacional de Haia, para alguns historiadores teria sido com uma seringa cheia da substância e não com o veneno de uma cobra que Cleópatra teria se suicidado. Para outros, foi a arma que Bruto e seus comparsas usaram para assassinar César no Senado. Ocasião em que, ao contrário do comumente divulgado, o imperador teria dito:
— Sem xilocaína, Bruto?
(Mais, aqui)
O GRANDE SHOW DO POLICE
Resposta: não!
Nem de graça nem pagando.
E AGORA, A ESCALAÇÃO COMPLETA DO SPORT CLUBE DO RECIFE DE 1968 !!
Sou capaz de citar de memória a escalação completa do time do Sport Clube do Recife de 1968: Miltão; Baixa, Bibiu, Gílson e Altair: Válter e Vadinho; Dema, Zezinho, Acelino e Fernando Lima.
Faz quase quarenta anos que tento encontrar algum uso para esta lista de nomes.
Não encontrei até agora.
Nunca apareceu a chance de ir a um programa de televisão para responder à pergunta fatal que me daria um milhão de reais em prêmio: quem era o ponta-esquerda do time do Sport que ganhou o Nordestão de 1968 ?
Eu diria, depois de uma pausa dramática de quinze segundos: "Fernando Lima!".
O apresentador exclamaria: "Absolutamente certo!!!".
Com o dinheiro do prêmio, eu iria morar numa casa de quarto e sala na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, sem celular e, principalmente, sem televisão. Lá, passaria o resto dos anos à espera de uma visita da Charlotte Rampling dos anos setenta, miraculosamente rediviva.
Charlotte não apareceria, é claro. O dinheiro um dia iria se acabar.
E eu teria de me inscrever de novo num programa de perguntas-e-respostas,em que um apresentador faria a pergunta fatal:
quem era o médio-volante do time do Náutico que foi vice-campeão da Taça Brasil de 1967 ?
Depois de dezoito segundos de pausa, eu diria : "Rafael!".
O apresentador diria: "Absolutamente certo!".
E começaria tudo de novo.
QUANDO É QUE OS FILMES DE AÇÃO VOLTARÃO A SER APENAS FILMES DE AÇÃO ?
"Sem querer, Tropa de Elite me fez pensar na necessidade de despolitizar a vida cotidiana. O que deu margem para um sonho, um desejo, uma quimera (mas não uma utopia): a de que um filme de ação volte a ser – por Deus! – apenas um bom filme de ação. Com direito a pipoca, jujubas, beijo e risadas"
(aqui: http://www.polzonoff.com.br/o-tiro-que-saiu-pela-culatra-2.htm#more-912)
O APELIDO DO ANO: "REGINA CASEBRE". VIVE INCOMODANDO OS POBRES
(aqui: http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/11/um-texto-de-aguinaldo-silva-com-boca.html)
"ROCK STARS FICARIAM SOSSEGADOS NAS JAULAS - TOMANDO OVERDOSE PARA A DIVERSÃO DA GURIZADA. ISSO IMPEDIRIA QUE ELES COMETESSEM DESASTRES"
"A gente coloca macacos no zoológico para evitar que eles barbarizem por aí. Isso permite que as famílias possam observá-los em segurança, enquanto eles jogam bosta uns nos outros. Podíamos fazer o mesmo com alguns de nossos rock-stars. Eles ficariam sossegados nas jaulas, tomando overdose para a diversão da gurizada. Isso impediria que eles cometessem desastres como o filme “O Magnata”, que chegou aos cinemas na sexta-feira passada.O filme foi parcialmente escrito por Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr".
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/)
PAULO FRANCIS: "QUERO ESCREVER QUALQUER COISA QUE NÃO SE EVAPORE"
"Continuo andando. Esse dia devo ter andando uns cinquenta quarteirões.Confesso um certo prazer de estar vivo, de ter sobrevivido aos horrores de imaginação que o contato com médicos sempre me provoca, em particular para operações. A morte deve ser como a anestesia geral. Estamos aqui um dia e de repente apagamos. That´s all, folks.
(...) Quero escrever qualquer coisa que não se evapore como as milhões de palavras escritas que já deitei mundo afora. Sabendo que cedo ou tarde vou desaparecer, ainda assim, paradoxalmente, quero de alguma forma deixar um traço da minha passagem, que honre o meu nome e de meus amigos e das pessoas que gostam de mim"
(aqui:http://soaressilva.wunderblogs.com/archives/023386.html#more)
BATEU, LEVOU
CÍCERO
(Mais, aqui)
22 de novembro de 2007
MONDO CANE
Xenófanes, outro pré-socrático, achou graça da conversa. E ridicularizou Pitágoras, contando a história em que o super-sábio pede que parem de bater num pequeno cachorro ao reconhecer no ganido do bicho a voz de um... amigo. Digno de caricatura? Xenófanes parece dizer que sim.
GENETON É CO-RESPONSÁVEL PELO OBITUÁRIO DA VELHINHA DE TAUBATÉ
A certa altura, o repórter pergunta:
— Por que você vai dar um sumiço na Velhinha de Taubaté?
Ao que o escritor responde:
— Nem a Velhinha de Taubaté acredita mais no governo. Vou aposentá-la. Ela não vem se manifestando porque já não acredita em nada.
Geneton insiste:
— A Velhinha de Taubaté vai se despedir do público ou vai sumir em silêncio?
E o humorista diz:
— Você acaba de me dar uma idéia. Talvez a Velhinha de Taubaté faça uma ultima aparição, para dizer que já não acredita em nada. Não sei ainda como será a despedida.
Quase vinte anos depois, a 25 de agosto de 2005, esquerda no poder com o ex-metalúrgico Lula presidente, Verissimo publicaria a crônica “Velhinha de Taubaté (1915-2005)”, em que, pondo em prática a idéia sugerida pela pergunta de Geneton, anuncia o falecimento da personagem.
A entrevista pode ser lida aqui. A crônica, apud Noblat, aqui.
A PRAGA INTERATIVA : CHEGA DE PESQUISAS INÚTEIS!
de pesquisas inúteis em todos os sites,todos os portais,em dezenas de programas de TV.
Ninguém consegue navegar tranquilo sem ser importunado por um chato invisível que quer saber: você passaria as férias na Nicarágua ? Você usa açúcar ou adoçante ? Quantos copos de água você bebe por dia ? Pais devem deixar os filhos saírem sozinhos de madrugada ? O presidente deve ter outro mandato ? A China deve mandar um astronauta para a lua ? Quantas horas por dia você dorme ? A ONU deve se mudar de Nova York ? E blá-blá-blá.
Qual é o valor dessas pesquisas ? Nenhum. O que significam ? Nada. Quem aprenderá alguma coisa com elas ? Ninguém.
Mas pode fazer o teste: dê uma passada num site qualquer de notícias. Lá estarão as tais enquetes, à espera de que algum desocupado as responda.
Perda de tempo.
Por falar em enquete: você acha que a Venezuela deve ou não entrar no Mercosul ? E Luana Piovani ? Deve ou não processar a turma do Pânico na TV ?
ENQUETE MUNDIAL DA BBC
"Você deixaria de comer carne para beneficiar o meio ambiente ?"
É óbvio que não. Que pergunta !
Uma picanha bem passada, por favor.
ASTAFÂNIO CARLOS
— Se tocar em mim, recorro ao Estatuto da Criança e do Adolescente, hein?
No colégio, enquanto todos os meninos seguravam a bolinha de gude entre o indicador e o polegar, ele a atirava pressionando o mínimo da mão esquerda sobre o médio da direita, e gritava:
— Curucucu, curucucu!
No futebol, rolava no chão às gargalhadas ao ver seu time perder um gol.
(Mais, aqui)
DEUS, PROTEGEI-NOS DAS LETRAS DE DJAVAN!
"Djavan é o cara responsável por versos como “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã”, que geram dezenas de monografias em cursos de letras e algumas câimbras no meu duodeno. Pois ele está de disco novo: “Matizes”. E para homenagear esse “poeta”, escrevi este texto em Djavanês.Cacatua, sol da manhã, um suco de maçã. Neste novo disco, Djavan, este filho do luar, revoada de pombos, araçá, Zimbabwe, inovou. Na canção “Imposto”, ele mostrou o seu lado indignado e engajado, parangolê, maracujá, nuvem no céu, em uma crítica à carga tributária:“IPVA, IPTU / CPMF forever / É tanto imposto / Que eu já nem sei!. (...) Eles nem tchum”
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/search?q=djavan)
"Aquela voz de sub Nara Leão misturada com letras roubadas do diário de uma menina de 10 anos". Quem será ? Ora,Paula Toller!
(aqui:
http://waltercarrilho.blogspot.com/2007/08/solta-mais-uma-sub-nara-leo-na-chapa.html)
21 de novembro de 2007
PROCURA-SE : O MAIOR INIMIGO DO JORNALISMO
Pelo seguinte: o jornalista é o único ser bípede capaz de jogar sistematicamente histórias interessantes no lixo.
Quem achar que é exagero que pergunte a qualquer terráqueo que tenha passado quinze minutos numa redação.
Em breve, detalhes.
PRÍNCIPES SAUDITAS: OS ÚNICOS QUE AINDA CULTIVAM A GRANDE ARTE DA OSTENTAÇÃO !
(aqui: http://atorredemarfim.apostos.com/)
13 LIVROS QUE JÁ ELOGIEI, MAS.....
"Antes da lista, um aviso. Não se trata de nada pessoal, ok? A gente passa por mudanças, ainda bem. E eu já estou cansado de dizer que, por causa destas mudanças, o gosto da gente muda. Além do mais, os livros que figuram nesta lista eu não os considerado necessariamente ruins. Só são livros pelos quais eu, sei lá por quê, perdi o interesse. Ou que eu, na época, elogiei por motivos errados. Aconteceu alguma coisa. Sempre acontece"
(aqui:
http://www.polzonoff.com.br/13-livros-que-eu-ja-elogiei-mas-que-hoje-sei-nao.htm#more-901)
RUI BARBOSA
— Quê?
— Pergunto se Vossa Senhoria acaso não saberia dizer-me se há alguém na habitação?
— Que habitação?
— Esta em que vos encontrais. Seria Vossa Senhoria o proprietário dela ou pertence a outrem tal prerrogativa?
— Depende. A senhora é da Receita?
— Não, porém, se me permite um rasteiro jeu de mot, como dizem os franceses, ou pun, caso Vossa Senhoria seja anglófila: possuo a receita para vosso sucesso. Isto, posto ser Vossa Senhoria o pater familias. Estou certa? É a Vossa Senhoria que procuro?
— Não, eu não sou o Rui Barbosa. A senhora pode me dizer do que se trata, hein?
(Mais, aqui)
LEI DA GRAVIDADE
(Mais, aqui)
20 de novembro de 2007
GEOGRAFIA HUMANA
SOBRE O ABORTO
(Mais, aqui)
CRÔNICA DE UM QUEIJO ANUNCIADO
"Para que as poucas iguarias não chegassem deterioradas, saímos às cinco da manhã e fomos a Salvador, mais de 270 km, com o objetivo de colocar no Correio antes das 10 horas, para que chegasse ao menor prazo de tempo possível. Agora aqui estou ansioso, aguardando a notícia do recebimento. Sabendo que proporcionei a Marconi uma das maiores felicidades que um desterrado pode sentir, porque eu também já vivi situações análogas...Por isso – em uma canhestra citação de John Donne – não me pergunte o porquê do meu gesto. Porque mandei para mim..."
(Texto completo, aqui: http://arakenvaz.blogspot.com/)
19 de novembro de 2007
CAMPANHA
A regra de Goebbels
Hitler perdeu a guerra. Mas Goebbels não.
Zeca Hora
Foda. O cara não se contenta em ser cantor de pagode de péssima qualidade. Ainda invade a nossa casa com um termo de egoalcoólatra.
DIZEI, NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO ESPANTO!
Dou-lhe meio século para achar uma resposta razoável.
O SOPA DE TAMANCO SAI NA FRENTE: COMEÇA AQUI A GRANDE CAMPANHA "LEI SECA, JÁ!", EM PROTESTO CONTRA ANÚNCIOS IDIOTAS DE CERVEJA! ALISTE-SE AGORA!
Fiz um juramento inútil :nunca, jamais, sob hipótese alguma, comprarei uma garrafa de cerveja. É um protesto pessoal, inútil e intransferível contra a maciça campanha de idiotização coletiva movida pelos fabricantes de cerveja em conluio com publicitários metidos a engraçadinhos.
Não estou exagerando: os anúncios de cerveja são um insulto a tudo que possa parecer bom gosto, inteligência e humor.
Conselho às crianças: os melhores gestos são aqueles aparentemente inúteis. Em geral, são os únicos que valem a pena. Então, Lei Seca já ! Aliste-se agora!
O Sopa já fez a lista da estupidez. O Bar da Boa ( Deus do céu, o que é aquilo ?). "Zeca-Feira" ( ahg........). Quem foi o idiota que achou que alguém chamaria de "Zeca-Feira" o dia de beber cerveja ? Eis um exemplo clássico de publicitário tentando ( e não conseguindo) criar um bordão. Para dizer a verdade, criou: o bordão dos imbecis. Só um débil mental diplomado usaria a expressão "Zeca-Feira".
Agora, para acrescentar mau gosto à estupidez, uma nova peça da campanha da cerveja usa o ator de "Tropa de Elite" num trocadilho infame com o verbo "matar".
Justiça se faça: as agências que produzem estes anúncios de cerveja não são as únicas a chamar os leitores e telespectadores de idiotas.
Dou uma navegada em blogs. Há outros blogs chamando a atenção para um anúncio que já foi tema de um comentário aqui no Sopa de Tamanco: o da Toyota, em página dupla na "Veja" dessa semana.
O gênio que escreveu o texto disse lá que o importante é "encarar de frente".
Quantos mil dólares a Toyota terá pago por esta frase ?
Nós estamos todos enganados ou nunca, na história deste país, houve tantos anúncios estúpidos em série ?
O pior de tudo não são os anúncios em si. É ver publicitários falando como se fossem gênios.
( a luz amarela acendeu desde que, há algum tempo, vi um publicitário de blusinha justa passar uma hora e meia - verdade! - tentando demonstrar a um auditório de estudantes a genialidade de um anúncio em que uma tartaruga faz embaixadinha com uma lata de cerveja......Pensei com meus botões : eis o fim da civilização ocidental, tal como era conhecida até hoje). Tudo bem que, num momento de escassez de inspiração, um publicitário invente um anúncio em que uma tartaruga faz embaixada com a lata. Mas, em nome de Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, por favor, não venham nos dizer que aquilo é uma obra de arte.
O tempo só veio confirmar que, desde então, as coisas pioraram sensivelmente.
DOM PEDRO II VAI PARA O TRONO OU NÃO VAI ?
"A passagem que mais me impressionou no livro foi a descrição, por visitantes estrangeiros, do que era a Corte no Rio de Janeiro do século XIX. Não havia pompa. A segurança era precária. Os banquetes eram chinfrins. A família real vivia como uma família de classe média. Era, de fato, um casa imperial de terceiro mundo.
Não tenho qualquer inclinação monarquista. Mas não pude deixar de me enternecer pela figura de D. Pedro II"
aqui:
http://www.polzonoff.com.br/eu-e-pedro-pedro-e-eu.htm#more-906
O OLHAR ESTÚPIDO DOS PEIXES, A BOSTA DO CAMELO & O PETRÓLEO DO BRASIL....
"O Brasil acaba de descobrir petróleo. Muito petróleo. Para desgosto dos cínicos pouco patriotas. O petróleo da Arábia Saudita fica debaixo da areia, logo depois de quem passa pela bosta de camelo. O petróleo do Brasil fica no mar e, até agora, naquelas profundas próximas ao Rio de Janeiro, só os peixes o encaravam com aqueles olhões estúpidos sem nada entender"
aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071119_ivanlessa.shtml
Disseram que eu voltei americanizado...
O Brasil seria assim se nossos grevistas tivessem criatividade. Enquanto isso não acontece, vagabundos ocupam o Planalto.
16 de novembro de 2007
MUNDO ANIMAL
(Mais, aqui)
GALA RALA
14 de novembro de 2007
DICA DE LEITURA: "AFINAL, O QUE VIEMOS FAZER EM PARIS ?" ACABA DE CHEGAR ÀS LIVRARIAS
Agora, em "Afinal, o Que Viemos Fazer em Paris", ele parte para uma nova empreitada memorialística sobre um período riquíssimo que viveu: um exílio voluntário em Paris, a partir do início dos anos setenta, época em que os militares diziam para o Brasil o que o Rei da Espanha disse para o presidente da Venezuela outro dia: "Por que não te calas ?".
O projeto gráfico do livro é um show. Os textos, divididos em blocos, fluem sem atropelo. Bom livro, afinal de contas, é o que dá prazer de ler. "Afinal, o que Viemos Fazer em Paris? " dá. É o que basta. Comecei a ler. Não dá vontade de parar.
O livro funciona como uma "madeleine", aquele gatilho que desperta imediatamente uma fileira de lembranças. Em um minuto, volto no tempo para 1980, ano em que o locutor que vos fala embarcou, também em "exílio" voluntário, rumo a Paris.
Eu me lembro do primeiro choque térmico e cultural: um amigo - que morava com a namorada australiana no terceiro andar de um prédio em ruínas desprovido de chuveiro num ruela sem movimento - organizava, uma vez por semana, uma "expedição" rumo aos chuveiros públicos. Íamos a pé. Cada um levava uma toalha, o sabonete, o desodorante e uma muda de roupa embrulhados num saco plástico. Lá, em troca de um punhado de francos, o forasteiro podia tomar banho cronometrado: dez minutos depois de ligado o chuveiro, o fiscal batia na porta para avisar que chega, a fila estava grande, era preciso dar lugar ao africano que esperava a hora de mergulhar na ducha.
Eu me lembro de Manoel, um brasileiro que passava doze horas por dia trancado num quarto insalubre de hotel tocando num fagote as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Uma vez, ele bateu na porta do meu quarto de madrugada para avisar que conseguira o grande feito: tinha finalmente descoberto como fazer os telefones públicos da Place D´Italie ligarem de graça para o Brasil. Corremos para as cabines telefônicas na madrugada gelada. Passamos seis horas usando o orelhão. Só saímos quando o dia amanhecia. Merci bien, France Telecom! Deus te pague! Um brasileiro descarado ainda tentava teorizar sobre o absurdo que cometíamos nas cabines telefônicas : "Os países ricos vivem explorando o Terceiro Mundo. É hora de a gente receber alguma coisa de volta!".
Eu me lembro de ter visto Bob Dylan cantando "Like a Rolling Stone" num estádio enquanto um grupo de holandeses incendiava os pulmões de haxixe a um passo de onde eu estava, no meio do gramado, assustado com a desfaçatez. A polícia não notou a fumaça dos holandeses. Gravei imagens mudas e tremidas de Bob Dylan com uma câmera Super-8. Nunca as usei para nada.
Eu me lembro de ter visto Pelé dando a volta olímpica no estádio para agradecer o título de Atleta do Século, antes de um jogo da seleção brasileira contra a da França. O Brasil ganhou.
Eu me lembro de ter testemunhado a aparição de um Glauber Rocha com rosto inchado e cara de sono, numa sala de cinema perto da Gare de Lyon, para uma sessão privê de A Idade da Terra, numa manhã de sábado de inverno.
Eu me lembro de ter olhado com algum deslumbramento para o festival de pichações políticas nas paredes da Universidade de Nanterre, no meu primeiro dia de aula de um curso de Cinema que jamais concluí. Uma das pichações mais visíveis convocava: "Aliste-se no Partido Comunista!". Naquela época, o Partido Comunista ainda era clandestino no Brasil. Eu nunca tinha visto algo assim numa universidade brasileira. Pensei: "Democracia!".
Eu me lembro de um brasileiro que não sabia quase nada de francês comentando, espantado, que nunca tinha visto tanta escola de garçom como em Paris. "Não é à toa que os restaurantes franceses são tão badalados. Com tanta escola de garçom desse jeito...". O brasileiro só não sabia que aquilo era Escola para Meninos ( "garçons", em francês). Nada a ver com garçom de restaurante.
Eu me lembro de ter arranjado dois empregos, ambos, claro, clandestinos: o primeiro como camareiro de um hotel numa rua chamada Champollion, ao lado da Sorbonne, no coração do Quartier Latin. Era duro fazer vinte e seis camas nos dias azuis de verão, em que o hotel ficava lotado de americanos e japoneses que comiam pão nos quartos e, para meu desespero, espalhavam farelo pelo carpete, o que exigia um trabalho extra com o aspirador de pé.Uma semana depois de me aceitar como camareiro, o dono de hotel, um homem chamado Ortega, fez uma confissão inconfessável: disse-me que, se o hóspede só passasse uma noite no hotel, eu não deveria trocar o lençol da cama. Bastava inverter o lado do lençol, esticá-lo ao máximo para dar ao próximo hóspede a impressão de limpeza e pronto. O dono queria economizar energia da máquina de lavar. O segundo emprego foi como motorista de uma família rica que tinha um filho "excepcional", Douglas. Já era um rapaz. Não falava nem andava. Meu trabalho era embrulhar Douglas num saco de dormir para protegê-lo do frio, carregá-lo nos braços dentro de um elevador minúsculo e levá-lo de carro até a um hospital que ficava a uns quarenta minutos de Paris. A rua em que a família morava se chamava Yvette. O metrô: Jasmin. Nem carteira de motorista internacional eu tinha. Só a brasileira - que não valia na França. Um dia, a polícia se aproximou do carro. Gelei até a alma. Mas, quando viram o menino, os guardas se retiraram, sem nos importunar. Intimamente, eu vibrava: "Deus é brasileiro!". Se um guarda cismasse de me pedir a carteira de motorista, era problema na certa.
Eu me lembro de ter visto um bêbado anunciando, sozinho, para os frequentadores de um café, perto do Boulevard Saint Michel : "O grande ator americano Steve McQueen morreu!". O bêbado tinha acabado de ler a notícia num jornal. Eram sete da manhã. Eu estava lá para tomar um café apressado, porque pouco depois teria de me apresentar à "Prefeitura de Polícia" para tentar renovar meu visto. Fiquei lembrando das velhas sessões no Cinema da Torre,no Recife: a platéia batia palmas a cada vez que Steve McQueen escapava de soldados nazistas.O filme se chamava "Fugindo do Inferno". Agora, um bêbado me dava a notícia de que o meu ídolo das matinês estava morto.
O café estava mergulhado em fumaça. Lá fora, fazia um frio de rachar. Era novembro, se não engano.
Eu sabia o que estava fazendo em Paris: sem imaginar, tinha viajado doze horas de avião para, meses depois, ouvir um bêbado me dizer que Steven McQueen tinha morrido. C´est la vie.
O que é que o livro "Afinal,o que Viemos Fazer em Paris? " tem a ver com essas cenas todas ?
Tudo e nada. Livro bom é o que acende um rastilho de lembranças. É o que a nova investida memorialística de Villas acaba de fazer.
Bola na rede.
UM NOVO ESPORTE OLÍMPICO PODE ESTAR NASCENDO!
Para evitar isso, concebi um novo esporte, saudável e divertido, que consiste em: a) aprender a identificar um IPFE em segundos, tão logo ele se poste à sua frente na escada rolante; b) descer a escada com a perna esquerda reta e a direita flexionada num ângulo de no mínimo 45 graus, de modo a aterrissar com o pé exatamente no meio das costas do IPFE. O efeito plástico é coisa linda de ver, digna de filme do Bruce Lee -e, modestamente, estou ficando tão bom nesse negócio que outro dia, num desses xópins, fiz strike numa família inteira de IPFEs. Em verdade vos digo: se em 2028 isso virar esporte olímpico, não terei vivido em vão"
(aqui: http://puragoiaba.apostos.com/)
13 de novembro de 2007
INFORMAÇÃO MÉDICA SOBRE MEIO SÉCULO DE CIGARRO NA BOCA
"Em novembro de 2001, parei de fumar, após uns bons (ou maus) 50 anos, de cigarrinho no canto da boca"
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071112_ivanlessa_tp.shtml)
"ERA FÁCIL E BOM SER MEDÍOCRE"
"Naquele tempo havia ídolos. Simplesmente porque os ídolos são peça fundamental do delicioso mundo medíocre. Em Pasárgada morarão Marisa Monte e Geraldo Vandré. Ao lado há a casinha dos poetas: Manuel Bandeira afaga um porquinho da índia; Drummond admira as pedras no meio do caminho; Vinícius tem seus versos declamados eternamente por Camila Morgado; Quintana passa o dia entre o passarão e o passarinho. Todos eles fazem parte de um bairro todo especial deste lugar onde moram todos os ídolos das multidões.
Não pense que os condeno. Sou sincero: sinto saudades. Era fácil e bom ser medíocre"
(aqui: http://www.polzonoff.com.br/simplicidade-mediocridade-felicidade.htm)
12 de novembro de 2007
ENGANAÇÃO
No último round, vimos Heráclito chamar o célebre Pitágoras de erudito sem inteligência. Aprender muitas coisas, advertiu, não dá inteligência a ninguém. Ocorre que nenhum grego praticara a investigação científica tanto quanto Pitágoras, que, tendo lido muito e de grandes sábios, reclamou para si mesmo sabedoria maior que a de qualquer um. Quem conta a história é o próprio Heráclito, para quem essa sabedoria não passava de... fraude.
PERGUNTA FEITA AO HADES
(Mais, aqui)
REMUNERA-SE BEM
BOLSA-LIVRO
NO ÔNIBUS
-- Como assim?
-- Lê textos, não entende e comenta.
-- Uhm. E não tem vergonha?
-- Não, faz isso anonimamente.
DEMOCRACIA
Jabor comunga com Caetano Veloso de uma característica ímpar, que sempre me impressionou: ambos são capazes de dizer algo absolutamente genial num instante e, no seguinte, a maior idiotice jamais ouvida. Talvez o fato se relacione aos hemisférios cerebrais. No caso de Jabor, claro, pois, como se sabe, o baiano nasceu desprovido deles.
Na entrevista de que falo, Jabor estava muito agradável e teve um gesto dos mais dignos quando disse não ter opinião formada sobre a obrigatoriedade do imposto sindical. “Não sei”, falou, coisa que jamais escutei na televisão, lugar por excelência de gênios conhecedores de Tudo, a Enciclopédia do Conhecimento.
(Aliás, o próprio Jabor faz parte de um fenômeno cultural mais amplo e bastante disseminado atualmente na imprensa. Na Renascença e na Antiguidade, a polimatia era regra entre sábios. A modernidade trouxe a figura do cientista especializado no seu ramo científico. A pós-modernidade, por sua vez, estimula a polidoxia: o sujeito é especialista em tudo, ainda que não saiba de nada.)
A dada altura da entrevista, o comentarista político soltou uma daquelas inverdades que, de tão repetidas, acabam perdendo o prefixo: o governo FHC enfrentou ferrenha oposição do PT, enquanto a oposição ao atual governo é pífia.
Minha memória não é boa, caros... caros... Enfim, minha memória não é boa, mas eu me lembro, por acaso, de que foi no período FHC que se cunhou a expressão “rolo compressor do governo” para a aprovação pura e simples das matérias de interesse do Planalto no Congresso. Afinal, a base governista contava nada menos que com os três maiores partidos da Casa. Podia aprovar o que bem queria, inclusive enterrar uma série de CPIs.
Por outro lado, o PT não tinha o tamanho que tem hoje. Fazia barulho, mas o resultado prático de sua oposição era praticamente nulo. A não ser em matérias de interesse do governo que se encontravam mais à esquerda no espectro ideológico e não encontravam eco na base aliada, o governo não era forçado a conversar com a oposição.
No governo FHC se aprovou pelo menos uma aberração política e jurídica: a reeleição para beneficiar políticos no exercício do cargo, coisa que até o faxineiro do Congresso sabe inconstitucional. Isso, para não se falar na suposta compra de votos para aprová-la. Suposta, claro, pois não houve CPI. Tampouco o assunto foi aprofundado pela mídia.
A mídia, em tempos de democracia, talvez nunca tenha sido tão condescendente com um governante. FHC encantava os jornalistas. Um ou outro colunista, sim, descia a lenha no Príncipe. Nos artigos de opinião, permitia-se. Nas matérias, no entanto... Basta dizer que até hoje é tabu nas redações um simples caso extraconjugal que FHC teve com uma jornalista.
Ora, alguém é tão ingênuo a ponto de achar que mensalão ou coisa que o valha é obra deste governo? O que este governo tem de diferente do de FHC, além do pouco domínio do idioma, é justamente aquele que talvez seja seu único mérito: é investigado. Exaustivamente investigado. Pelo Congresso, pela mídia.
A partir de matérias aprofundadas, por exemplo, a imprensa transformou a denúncia inicial de Roberto Jefferson em um escândalo sem precedentes. Sem precedentes, porque jornais e revistas fizeram seu papel: investigaram, denunciaram, aproveitaram-se do operoso trabalho parlamentar, que conseguiu criar uma CPI.
Aliás, neste governo foram criadas várias. No governo FHC, a impressão é de que nada se investigava: nem o Congresso, nem a imprensa, nem o Ministério Público. O Procurador-Geral da República então tinha a alcunha de “engavetador-geral”. Ou a memória de vocês é pior do que a minha?
Paremos, portanto, de repetir tolices — não é preciso, o atual presidente já as diz em abundância — e sejamos honestos: apesar do PT e a despeito da inoperância, o governo petista é garantia, ao menos, de que nem toda a sujeira endêmica que atravanca o país há séculos será empurrada para debaixo do tapete. Ainda que isso independa de sua vontade, claro.
(Comentários sobre como esta postagem é petista ou direitista, por favor, encaminhem ao nosso editor.)
LITERATURA NOVA
(Mais, aqui)
10 de novembro de 2007
CRISE SEM PRECEDENTES NA PUBLICIDADE BRASILEIRA
É só ligar a TV, abrir os jornais ou passar os olhos nos anúncios das revistas.
Um anúncio do jornal o Estado de S.Paulo, publicado faz anos, trazia uma vírgula entre sujeito e verbo, erro inadmissível em redatores que, com certeza, se julgam gênios. O texto dizia algo como "e o Estadão, continua....".
Tempos depois, a agência que atende ao mesmíssimo Estado de S.Paulo lança um dos slogans mais idiotas de todos os tempos - aquele que elogia quem "pensa Ão". É o tipo da tentativa fracassadíssima e pouco inspirada de criar um bordão. Mas somente idiotas seriam capazes de dizer coisas como :"Vou ler um livro de fulano. Deve ser bom, porque ele pensa Ão".
Ah, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós todos.
O que dizer dos anúncios dessas campanhas de cervejas ? O que é o "Bar da Boa"? Que coisa estúpida, falsa e artificialíssima! E o "Zeca-Feira" ? Eis outra tentativa de criar um bordão que nem o mais rematado dos idiotas seria capaz de repetir.
Agora, as revistas semanais expõem um anúncio de página dupla da fábrica de automóveis Toyota.
O texto do anúncio, publicado em espaço nobilíssimo da revista Veja dessa semana :"Determinação é encarar os obstáculos de frente"
Encarar de frente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Há alguma outra maneira de encarar qualquer coisa - que não seja de frente ?
O Dicionário Aurélio informa : "encarar: olhar de frente".
Custava tanto o redator dar uma checada no Nosso Pai, o dicionário?
Qualquer aluno de primeiro grau que escrevesse algo como "encarar de frente" seria repreendido pela professorinha.
Quantos mil dólares a agência terá cobrado para conceber frase tão brilhante ?
O princípio se aplica aos anúncios de cerveja, à campanha do jornal etc.etc.
O pior é que há quem pague por estes anúncios.
Quem disse que nasce um otário a cada minuto no planeta nunca teve tanta razão.
O MAL QUE O ALCOOLISMO CAUSA AO JORNALISMO AMERICANO
Exemplo: o crítico da revista Time que elogiou um disco do cantor Max de Castro com toda certeza estava sob influência de doses maciças de álcool.
Só pode ter sido.
A NOITE EM QUE NORMAN MAILER CONSTATOU A VITÓRIA DA IMAGEM SOBRE A PALAVRA. E FEZ UMA CONFISSÃO: ACREDITAVA EM REENCARNAÇÃO!
http://www.geneton.com.br/archives/000174.html
9 de novembro de 2007
NOTÍCIAS DA ILHA DE EDIÇÃO: PAULO FRANCIS RECLAMA DA SÍNDROME DA BANDA DE MÚSICA, UM DOS MALES DO BRASIL
"Sempre houve no Brasil uma tendência ao conformismo e à "banda de música" em torno de celebridades. Mas toda cultura precisa é de um grande conflito. É preciso haver grandes críticos - pessoas que realmente ataquem os autores, ataquem os atores, por exemplo. Eu era "comprador de brigas" pelo seguinte: ia ver uma peça de teatro, não gostava, dizia que era uma porcaria. E o autor brigava comigo...."
EXCLUSIVO: ENCONTRADO FILHO BASTARDO DE GENETON MORAES NETO E YOKO ONO
Notem a mistura de traços da mãe e do pai. Sobretudo a barba, que não nega a origem paterna. Quem escutou o garoto, disse que ele fala japonês com sotaque pernambucano. Em vez de “arigatô”, por exemplo, diz “arigató”.
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A foto foi tirada no cativeiro onde o rapaz é mantido, em péssimas condições de higiene, de maneira a preservar a fama do casal. Nela, vemos o momento em que um médico contratado especialmente para o serviço, após entrar de olhos vendados no recinto, examina o jovem Moraes. Pedimos desculpas aos leitores pela baixa qualidade da imagem, mas foi o que conseguimos, acreditem, em situação tão precária.
EXTRA! EXTRA! REPÓRTER DO SDT É ASSEDIADO SEXUALMENTE POR YOKO ONO!!!
Isto mesmo. Geneton, ingênuo, fez apenas uma pergunta à Super Viúva sobre John Lennon. Ela, sentindo nas partes pudentas saudades do marido, não hesitou: meteu a mão na coxa do repórter.
Estavam numa suíte decadente do Hotel Nacional. Cenário perfeito para este tipo de atentado ao pudor.
Acham que eu minto? Pois então leia o relato pela boca do assustado e ingênuo repórter:
- "Quando toquei no assunto John Lennon, ele pousou delicadamente a mão sobre minha coxa e disse: 'Quem sabe, em outra oportunidade falamos deste assunto- que é muito vasto'."
Depois, falaram da floresta, numa clara alusão às matas fechadas nipo-japonesas! Orgulhoso mas tímido, GMN não quis se pronunciar sobre a vastidão do seu assunto pernambucano.
FOFOCA POLÍTICA, A SER CHECADA DAQUI A DOIS ANOS
Uma figura que sempre teve acesso do sr.Luiz Inácio Lula da Silva desde os tempos em que o dito era sindicalista em São Bernardo do Campo nos disse, num jantar, em São Paulo, no ano passado, o seguinte:
"Pelo amor de Deus, o que vou dizer eu não ouvi da boca de Lula. Mas, pelo que observei nos últimos tempos, se ele for escolher dentro do PT um candidato a presidente, ele apostará em Dilma Roussef".
Eu me lembrei desse comentário quando vi nos jornais que Lula escalou a ministra para anunciar a descoberta de uma reserva gigante de petróleo no Brasil. O objetivo da escalação: dar "visibilidade" à Dona Dilma.
A fofoca faz sentido.
OFÍCIO
EM BRASÍLIA, COM A VIÚVA ONO
Já entrevistei, uma vez, em Brasília. Eu me lembro de que ela disse platitudes sobre a paz e a harmonia universais. Não quis falar do ex-beatle. Quando toquei no assunto John Lennon, ele pousou delicadamente a mão sobre minha coxa e disse: "Quem sabe, em outra oportunidade falamos deste assunto- que é muito vasto". Declarou-se preocupada com a Amazônia.
A viúva Ono ocupava a suíte meio decadente do Hotel Nacional. Lá pelas tantas, foi à janela, para contemplar Brasília.
O que mais ?
Quando desci, vi a mãe de Glauber Rocha tomando suco numa mesa à beira da piscina.
Corri para o aeroporto para pegar o avião. Como sempre acontece quando me dirijo a qualquer aeroporto, tinha certeza absoluta de que iria morrer num desastre aéreo.
Não morri, pelo visto.
NINGUÉM VAI FICAR MENOS INTELIGENTE SE PERDER O ÚLTIMO LANÇAMENTO....
"Ao ler a famosa lista de livros recomendados por Paulo Francis, por exemplo, saí praguejando contra tudo e contra todos porque, ora, porque aos catorze anos eu não tinha lido Crime e Castigo. E também porque não existia (não existe ainda hoje) uma edição completa de Ascensão e Queda do Império Romano. Como eu poderia viver sem isso? Como um dia eu poderia alcançar o Nirvana sem esta base?
Hoje eu passo incólume pela prateleira dos lançamentos nas livrarias. Gostaria muito de ler As Benevolentes, mas, quer saber?, fica para a próxima encarnação. Ou para quando e se eu tiver uma hepatite ou coisa do gênero. Até que me dá uma vontadezinha de ir ao cinema ver a mais recente produção franco-indiana, mas, só de pensar na fila e no preço e na falta de educação das pessoas… Melhor esperar o DVD. Continuo gostando de balé contemporâneo e é mesmo bem legal assistir ao Grupo Corpo, mas, sinceramente, não vou ficar menos inteligente (ou mais burro – uma questão de perspectiva) por causa disso"
(aqui, o texto completo:
http://www.polzonoff.com.br/o-mau-legado-de-paulo-francis.htm#more-895)
CONFIRMADO
O SDT apurou e revela agora com exclusividade aos seus leitores qual será a primeira pergunta do jornalista-mor da nação para a mulher que tenta — e consegue — vender gato por arte.
— Na opinião da senhora, jacaré no seco anda? — perguntará Moraes Neto que, poliglota, além do idioma de Akira Kurosawa, domina ainda as 59 línguas faladas pelo falecido João Paulo II, mais o swahili, o aramaico, o enxacoco e o lulês.
Aguardem. A entrevista será de arregalar os olhos. Menos os da Yoko, claro.
POLIMATIA
O “rei dos tagarelas” acusou o golpe? Não é de Heráclito a acusação de impostor? Tampouco se refere ela ao “ancestral dos charlatães”?
Pitagóricos de todas as tendências, defendei a memória de vosso mestre – cuja autoridade de sábio invocais com o apaziguador “ele disse”, que põe fim a debates e acaba com as dúvidas. Roma locuta?
Para Heráclito, a causa não é finda: “Ter um saber extenso e variado não instrui a inteligência. Do contrário, teria instruído Pitágoras.”
A TAÇA DO MUNDO É NOSSA. COM EMPREITEIRA, NÃO HÁ QUEM POSSA
Não é implicância nem delírio: um levantamento superficial revelará que as empreiteiras estão envolvidas em dez em cada dez escândalos de roubalheira cabeluda acontecida nas últimas décadas.
Corrupto é ladrão. Corruptor também.
Não há máquina de calcular que dê conta do trabalho.
DA GENEROSIDADE DIVINA
Será?
Em retribuição, Yoko Ono prometeu fazer uma performance envolvendo maracatus e Imagine, do finado.
- Vai ser uma coisa linda - profetizou Caetano Veloso.
Fundo do poço
É o fundo do poço. Para ela e para nós.
Das ambições nacionais
- Algo entre a Venezuela e a Nigéria.
Maravilha, hein?
ALGUMA COISA ACONTECE NO MEU PULMÃO
(Mais, aqui)
8 de novembro de 2007
VIOLÊNCIA ANTIGA
DOS MISTÉRIOS DA FÉ
ESCONDIDO TU ESTÁS
AOS MAGISTRADOS DO BRASIL, A SINGELA HOMENAGEM DO SDT
Philistins! magisters! je vous hais, pédagogues!
Car, dans votre aplomb grave, infaillible, hébété,
Vous niez l'idéal, la grâce et la beauté!
Car vos textes, vos lois, vos règles sont fossiles!
Car, avec l'air profond, vous êtes imbéciles!"
(V. Hugo em "Les Contemplations", XIII)
A NETA DE TOLSTOI, AOS NOVENTA ANOS, REMAVA TODO DIA - E DIZIA QUE O PAI ACHAVA "GUERRA E PAZ" UMA INFANTILIDADE.....
"Depois de muita relutância, concordou em me dar uma entrevista na casa onde ficava a Fundação Tolstói, a 60 quilômetros ao norte de Nova York. Ela estava com 90 anos (morreu com 95) e remava todos os dias.
Eu me sentei na proa do barco, a presidente da Fundação, Tatiana, na popa, e ela, no banco do meio, remava e contava histórias.
Neste momento há uma batalha nos Estados Unidos sobre duas novas traduções de Guerra e Paz. Os críticos e acadêmicos têm debates apaixonados, mas o velho Tolstói não entraria nesta briga.
"Papai tinha 40 anos e se entusiasmou quando escreveu Guerra e Paz, mas achava que não era um romance como Anna Karenina que escreveu depois, com quase 50 anos. A partir daí se interessou por pacifismo e filosofia e perdeu completamente o interesse pela literatura. Vinha gente de toda Rússia e de outros países falar com ele sobre Guerra e Paz e ele não tinha o menor interesse, paciência, nem lembrava dos personagens. Achava aquilo uma infantilidade e apagou tudo da memória."
aqui, o texto completo:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071108_lucasmendes_ac.shtml
....OS QUE ESCREVEM LIVROS E ARRISCAM A VIDA EM VIAGENS DE AVIÃO PARA DIVULGÁ-LOS....
"O que mais admiro nos ateus é que eles têm diante de si este cenário funesto e mesmo assim continuam a viver suas vidas medíocres. Alguns até mesmo trabalham doze ou catorze horas por dia. Outros escrevem livros e arriscam suas existências em viagens de avião para divulgá-los"
Texto completo aqui:
http://www.polzonoff.com.br/remotamente-ateu.htm#more-891
CARY GRANT E RANDOLPH SCOTT
Nem o filho de Wilson Simonal cantando é capaz de me assustar.