29 de dezembro de 2007
A PROPÓSITO DE CRENTES
28 de dezembro de 2007
PROCURA-SE
ESCOLHA DIFÍCIL
OLHO CLÍNICO
(Trecho do Dossiê História)
DO NECROLÓGIO DE LEON ELIACHAR
E ELE NÃO CONHECEU A PÓS-MODERNIDADE...
("Voyage Autour de ma Chambre", Xavier de Maistre. Tradução minha.)
27 de dezembro de 2007
BIN LADEN, O JÂNIO QUADROS DO ORIENTE
(Trecho do Dossiê História, de Geneton Moraes Neto.)
H. P. BROUGHAM
PORTUGAL
26 de dezembro de 2007
DIRETO DA UTI :NOTÍCIAS DE 2007
MEDITAÇÃO PROFUNDA SOBRE O PANACA SÊNIOR & O PANACA JÚNIOR
É incrível como eles se reproduzem em série.
Ao lado, a Matrona Sênior invariavelmente estará acompanhada de uma Matrona Júnior.
É assim. Os promotores dos shows de axé, especiais de Roberto Carlos e de Ivete Sangalo e espetáculos do Cirque du Soleil podem respirar aliviados: não faltará gente desse tipo para preencher os auditórios pelas próximas gerações.
É uma lei da natureza: o Panaca Júnior com toda certeza produzirá também Panaquinhas Júniores em série.
E assim por diante, por todos os séculos e séculos, amém.
GRANDES DEFINIÇÕES FREUDIANAS
PERIGO NO SERTÃO
- Perigo no sertão, né? Sertão. Que perigo é esse, ahn? Ser... tão... Você sente perigo em ser tão o quê?
Um gênio, sem dúvida. Por essas e outras é que, atualmente, só entro em consultório terapêutico armado.
"NÃO PODEMOS BEBER PETRÓLEO"
GMN: Qual foi a impressão pessoal mais marcante que Bin Laden deixou no senhor?
ABA: Bin Laden me impressionou por ser alguém muito, muito humilde. Modesto. Verdadeiro, fala pouco. Não é como nós, árabes do Oriente Médio, ou talvez latino-americanos, que são barulhentos e usam as mãos para falar. Não. Bin Laden é calmo. Raramente ri. Fala com suavidade. Jamais interrompe você. Espera que você termine de falar. Quando fala, usa poucas palavras. Não é como nós, que falamos sem parar. Ao mesmo tempo, tem senso de humor. Disse-me: "Precisamos da América. Queremos cooperar com eles. Precisamos vender o petróleo que temos. Não podemos beber petróleo. Não dá para beber..."
A íntegra da entrevista está no Dossiê História, de GMN, já nas livrarias.
FAÇA O QUE EU DIGO, NÃO O QUE EU FAÇO
GMN: Que sentimento o senhor tem em relação aos Estados Unidos?
ABA: Amo os Estados Unidos. Amo a experiência americana. Imigrantes de todas as partes do mundo foram ao país. Criaram uma superpotência. (...) A igualdade, a democracia, os direitos humanos, a Constituição, tudo forma uma bela experiência. Gostaria que tivéssemos essa experiência em todo o mundo. Mas para nós, árabes, muçulmanos, povos do Terceiro Mundo, o problema é a política externa americana, que vem nos destruindo! (...) É esse o nosso problema com os Estados Unidos.
A íntegra da Entrevista está no Dossiê História, de GMN, já nas livrarias.
COLUCHE
ATENÇÃO
O CH1 JÁ PASSOU. AGORA, PREPAREM OS CINTOS: VEM AÍ O CH2
Deus do céu, por que não antecipas logo o Apocalipse ?
Depois, finalmente, há de vir a calmaria.
O CIRQUE DU SOLEIL CHEGOU ! ONDE FICA A SAÍDA, PELO AMOR DE DEUS ?
Socorro !!!!!!!!!
25 de dezembro de 2007
AVISO DE UTILIDADE PÚBLICA
24 de dezembro de 2007
SIMONE
DESPROGES
FINALMENTE ! ENCONTRADAS AS PROVAS DA INEXISTÊNCIA DE DEUS !
criaria gente capaz de passar o dia inteiro se esbarrando em corredores de shoppings superlotados, às voltas com crianças chatas, idiotas de bermudas e mulheres tagarelas ?
Não!
preencheria o vídeo das TVs com a imagem de Roberto Carlos cantando "Emoções" pela trilionésima vez, com aquelas ombreiras patéticas e cabelo de índia velha ?
Não !
deixaria que aqueles corais ligeiramente ridículos entoassem musiquinhas piegas de Natal nas praças, e, pior, em restaurantes (!!!) ?
Não!
A lista daria para encher quarenta volumes de mil páginas cada. Mas, como é Natal, a gente faz de conta que é tudo lindo, para não estragar a festa.
MEUS SINCEROS CUMPRIMENTOS
BUSH E BIN LADEN
"Não posso combater os americanos nos Estados Unidos, porque é extremamente difícil. É algo que exige grande planejamento e grande esforço. Mas, se eu conseguir atrair os americanos para o Oriente Médio, para combatê-los em meu próprio terreno, em meu próprio chão, em meu próprio quintal, será perfeito. Prometo a você que farei maravilhas, porque essa será uma das melhores coisas que podem acontecer em minha vida: lutar contra os americanos em território islâmico, em terrritório árabe".
E o genial presidente americano fez justamente o que o lunático queria. Mais detalhes em Dossiê História, de GMN.
COISA INVESTIGATIVA
"Coisinha" é o novo apelido de Moraes por aqui.
POR FALAR EM GLORINHA KALIL...
PERGUNTA FEITA AOS CÉUS
21 de dezembro de 2007
UM PÁREO PARA A CHATICE DA RAINHA DA INGLATERRA, A JARARACA ENTEDIADA DO TÂMISA: O FRANCÊS MITTERRAND, A GRANDE MALA GAULESA!
QUANTO CUSTA CRIAR UM FILHO - DO BERÇO AOS VINTE E UM ANOS
"Divulgaram quanto sai criar uma criança aqui por estas ilhas. Do berço aos 21 anos. Sem maiores rodeios: 186 mil libras esterlinas. Ou, para ser ridiculamente preciso (esse troço pega), R$ 676,247.45, ao câmbio desta semana que passou"
aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071221_ivanlessa_tp.shtml
IRAQUE
MÁXIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ (III)
MÁXIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ (II)
FLAGRANTE JORNALÍSTICO: A REAÇÃO DO OMBUDSMAN DO SOPA DE TAMANCO DIANTE DE UMA NOTÍCIA SOBRE XUXA
PODE EXISTIR COISA MAIS CHATA NO MUNDO DO QUE A ANTIPATICÍSSIMA RAINHA DA INGLATERRA ? NÃO HÁ QUEM AGUENTE A JARARACA DO TÂMISA !
Mas.....preste atenção: a velhota vive sempre com ar carrancudo ( ver o Globo de hoje, sexta). São raríssimas as imagens em que a Jararaca do Tâmisa aparece esboçando um sorriso.
Conclusão: com todo respeito, Dona Rainha, quero declarar publicamente que, além de ser uma das figuras mais chatas da face da terra, és também uma completa, uma rematada idiota. Já que tens tudo,tudo, tudo, o mínimo que deverias fazer era transmitir aos súditos felicidade e alegria de viver a cada vez que enfeasses as páginas dos jornais e revistas com este focinho mal desenhado. Mas não. Fazes questão de ostentar mau humor. És horripilante, oh, Megera de Windsor; és desprezível, oh , Jararaca do Tâmisa ! Por que não vais lamber sabão no banheiro do palácio ou enxugar gelo no quinto dos infernos ? Mas, não, oh Inseto de Bughingham : ficas torrando nossa paciência anos após anos, décadas após décadas!
Por que não frequentas uma boa sessão de psicanálise, em vez de ficar insultando o planeta com essa carranca insuportável ?
És chata, idiota, feia, atravancada e mal resolvida, oh, Jararaca; oh, Inseto; oh, Megera sem solução!
20 de dezembro de 2007
CIRQUE DU SOLEIL ! NÃO DÁ PARA NÃO PERDER !!!
a) morrer numa câmara de gás num campo de concentração
b) ir a um espetáculo do Cirque du Soleil em que um mímico ( argh!!!!) transforma um espectador indefeso em vítima de suas gracinhas sem graça e faz o pobre-diabo pagar mico na frente dos outros. O pior é que o nome do show é "Alegria".....
c) sentar ao lado de um pagodeiro durante uma viagem de dez horas de avião
Respondeu "a" ?
Absolutamente certo !!!!!!!!!!!!!!!!!!
19 de dezembro de 2007
OK, PASPALHOS, JÁ QUE 2008 É INEVITÁVEL QUE SEJA PELO MENOS NÃO TÃO ESTÚPIDO E NÃO TÃO MEDÍOCRE QUANTO 2007
1) aquela idiota alucinada, Britney Spears, se internar pelo resto da vida num sanatório do interior da Suíça, em vez de ficar enchendo a paciência da humanidade com suas farras patéticas;
2) se nunca,jamais, sob hipótese alguma, revistas de celebridades destacarem na capa declarações de atrizinhas e artistinhas grávidas e semi-analfabetas falando sobre o desafio de ser "mãe e mulher" ( um penico para o vômito, urgente!!);
3) se as TVs deixarem de exibir a imagem de jornalistas que provam comidinhas ou bebidinhas estranhas, olham para a câmera com ar de falsa surpresa e exclamam coisas do tipo "delícia..." ou "estranho....";
4) se grupos de pagodeiros pararem de fazer aquela coreografia coletiva patética com pandeiros na mão e cabelos entupidos de gel;
5) se a imprensa for proibida ad eternum de publicar declarações do tipo "tenho certeza de que, lá no céu, ele deve estar rindo" ou estultices parecidas, a cada vez que morre alguém famoso ( céu não existe, oh idiota. Ninguém ri depois de morto. Ninguém brinca. Ninguém fala. Ninguém respira. Cem por cento dos mortos ou se decompõem debaixo da terra ou viram pó depois de passar pelo forno crematório. Jamais houve exceção a esta regra. É uma lei irrevogável da natureza. Para que ficar "dourando a pílula" com frases bonitinhas sobre coisas que jamais acontecerão ?).
6) se os "livros de ouro" de Natal forem igualmente banidos para sempre;
7) e assim por diante.
"EU TAMBÉM DESCONFIO DE ÁRVORE DE NATAL"
"O mundo é estranho e perigoso. Eu também desconfio de árvore de Natal.
De tudo que tenha a ver com a data festiva"
aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071219_ivanlessa_tp.shtml
UMA LINDA MULHER
(Mais, aqui)
UM PEDIDO SINCERO AOS EFOCs ( EQUÍVOCOS FEITOS DE OSSO E CARNE) NESTE MOMENTO DE CONGRAÇAMENTO UNIVERSAL: PAREM DE CANTAR EM ENTERROS!
Mas tenho uma esperança firme: a humanidade progredirá drasticamente se, em enterros de gente famosa, ninguém, nunca, jamais, sob hipótese alguma, começar a cantar.
É inapropriado, é patético, é ridículo, é constrangedor.
Pergunta-se: em nome de todos os santos, o que é que custa ficar calado num enterro ? É tão difícil assim manter o lábio superior colado ao inferior? Por que não dar um repouso merecido às cordas vocais ? Não se deve cantar Hino Nacional em cemitério nem, muitíssimo menos, músicas feitas pelo morto. Ou hinos de clube de futebol. Ou toda e qualquer combinação de notas musicais.
Cemitério é lugar de silêncio. Mas há sempre um EFOC ( Equívoco Feito de Osso e Carne ) que começa a cantar.
Forma-se, então, o grande coro dos EFOCs - que, à noite, viverão seus dois segundos de fama no penúltimo bloco do telejornal local.
DESCOBERTA A FÓRMULA DA FELICIDADE!(MAS,ANTES,EM UM SHOPPING PRÓXIMO DE VOCÊ: A GRANDE, INTERMINÁVEL, PATÉTICA E HORRIPILANTE PROCISSÃO DOS IDIOTAS !)
*bobões de bermuda e tênis devidamente acompanhados de uma perua entupida de sacolas que, com toda certeza, o trata de "benzinho", "amoreco", "fofura" ou estupidez parecida. Você vai ver de perto : o ente chamado pelo diminutivo é um (ou uma) hipopótomo(a) de cem quilos, no mínimo.
*crianças correndo de um lado para outro e repetindo para pais apalermados o mantra mágico: "compra! compra! compra!"
*um Papai Noel empapado de suor e louco para ir para casa logo
*um jornalista famoso uma vez declarou, numa entrevista, que somente uma em cada mil mulheres pode mostrar os pés em público. O autor da descoberta aparentemente esdrúxula nunca teve tanta razão. O corredor do shopping é um excelente ponto de observação: se prestar atenção, você testemunhará um horripilante desfile de pés feíssimos . Se tivessem um mínimo senso estético, as donas de tais aberrações poderiam simplesmente cobrir os pés com um sapato. Tão fácil! Mas, não : elas os exibem com o orgulho e a cegueira típica dos estúpidos, aparentemente sem notarem a gravidade do atentado que estão cometendo contra os olhos alheios ao desnudaram seus pés cheios de calosidades, joanetes, dedos tortos, deformações de toda espécie - um catálogo de horrores rastejantes.
*vendedoras que abordam os compradores com um sorriso falso colado no rosto e a pergunta irritante: "posso ajudar ?". Não, anta! Não pode nem deve! Sou perfeitamente capaz de escolher uma camiseta sozinho!
*lojas de disco entopem os canais auditivos dos transeuntes com lixo de septuagésima categoria;
trinados de cantoras baianas histéricas; sons indescritíveis emitidos por sertanejos; versos vomitivos expelidos por sub-cantores de pagode, daqueles que usam gel no cabelo. Você tenta escapar, mas não consegue. logo ali, adiante, outra loja repete o vômito sonoro,como numa interminável sessão de tortura.
*depois de quatro horas de observação, você se retira silenciosamente, passa no banheiro para, inspirado na paisagem circudante, dedicar-se a uma discreta sessão de vômito e parte para o cinema. Mas desiste de entrar antes até de olhar os cartazes, porque não quer correr o risco de se expor a nova - e fatal - dose de estupidez: e se a atração oferecida for um filme da Xuxa ?
Tomado de uma discreta felicidade por estar abandonando aquele inominável espetáculo de terror, você se dirige à porta de saída, olha com cara de Jason para alguém que se aproxima com um folheto de propaganda e, finalmente, ao chegar à calçada, como se quisesse purificar os pulmões, aspira com toda força o ar de dezembro, não sem antes repetir para si mesmo em voz baixa: "Never more! Never more! Never more! Never more!".
Fica intimamente feliz por escapar da masmorra. Começa, então, a caminhar, discreta mas firmemente, para o mais longe possível daquele circo de horrores, rumo a um ponto que só você conhece, um porto precário mas, graças a Deus, inacessível aos outros, um ancoradouro onde tudo é silêncio, solidão e genuína felicidade, a dezenas, centenas, milhares, milhões de anos-luz de distância daquele espetáculo patético.
A felicidade - você aprende, tardiamente - pode ser simples assim, sem dramas nem atropelos. Você se lembra do personagem de um livro antigo que sonhava com "luz,altura, claridade".
Sem querer, como se fosse um turista desavisado que entra na rua certa sem saber, você descobre que acertou o caminho , sem precisar incomodar os outros com perguntas inúteis. É melhor assim. Sempre foi. E será.
E, ah, a maior de todas as conquistas : consegue caminhar aliviado em meio ao inferno de dezembro.
A LEITURA : "UM DOS ÚLTIMOS REFÚGIOS DA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL"
Há quem diga que ela está se tornando um vício solitário e – acima de tudo – um exercício de resistência.
Sou obrigado a concordar. Afinal, essa atividade silenciosa e meditativa, pautada na “interrupção temporária e corajosa de qualquer ligação com o mundo” (Santo Agostinho) talvez seja hoje um dos últimos refúgios da consciência individual"
aqui: http://antoniofernandoborges.com/
18 de dezembro de 2007
CHICO BUARQUE
Mais, aqui.
PÓS-MODERNIDADE
LITERATURA
Mais, aqui.
É NATAL! OS IDIOTAS VIBRAM! OS BÊBADOS VOMITAM ! E A HUMANIDADE ESTAMPA UM SORRISO RIDÍCULO QUE DURA UM MÊS !
Não me acho melhor por isso. Para ser sincero, até me acho um pouco pior. Eu gostaria de me sentir envolvido pela tal mágica do Natal. A fantasia que move pessoas a manterem um ridículo sorriso durante todo um mês. Mas, maldição ou não, o fato é que não consigo fingir certas coisas. Só me resta, pois, comer muita rabanada e rezar para que o tempo passe mais rápido. Rumo às resoluções de Ano Novo"
aqui:
http://www.polzonoff.com.br/odeio-natal.htm#more-942
17 de dezembro de 2007
XUXA ENLOUQUECEU ( OU: UM CASO CLÍNICO DE MAGALOMANIA )
Lá pelas tantas, ela diz que a queda de audiência do tal programa infantil que ela comanda se deu porque ela passava pouco tempo no ar. A maior parte do horário era ocupada por desenhos. As crianças, assim, zarpavam para outros canais.
Eis um caso clínico de megalomania, doença, aliás, corriqueira em antas televisivas.
A audiência caiu porque ninguém aguenta ver e ouvir a anta loura falando idiotices com voz de menina de centro de espírita.
Xuxa provocou danos irreparáveis em gerações de crianças. Idiotizou-as.
Tratou-as como miniaturas de adultos consumistas. Há nove chances em dez de nunca ter aberto um bom livro na vida.
Numa reação típica de megalômanos cabeças-de-vento, diz que a audiência caiu porque ela passava pouco tempo no ar.
É exatamente o contrário: se ela passasse mais tempo no ar, a audiência cairia ainda mais.
Como se fosse pouco o que já fez, Xuxa acaba de ampliar as fronteiras da estupidez humana.
Enquanto isso, a 10 mil pés
Pois é. Aconteceu no dia 9 de dezembro, num vôo da ponte aérea. Eu já estava ficando tenso com o pouso em Congonhas quando a aeromoça anuncia que o tal Baianinho iria passar pelo avião fazendo panfletagem das Casas da Bahia.
(Neste momento Regina Cazé tem um orgasmo: a periferia alcançou o último reduto da pequena burguesia: a aviação civil).
Mas o pior ainda estava por vir. Ao pousar em Congonhas, a aeromoça anuncia:
- Sejam bem-vindos ao Rio de Janeiro...
Diante do protesto da platéia, ela se desculpa.
- Ai, gente, desculpe. Mas o Baianinho tá aqui me atrapalhando.
E depois:
- Leidis en djentleman, sóri, de Baianinho...
O avião já estava no chão. Se não, eu pulava.
Diálogo recente
- Sério? Ele vai fazer 100 anos, né? Ele tá lúcido?
- Totalmente. Continua até trabalhando...
- Mas... ele continua comunista?
- Continua, continua.
- Mas você acabou de dizer que ele está lúcido...
Gente phina
(!)
DOSSIÊ HISTÓRIA : UMA CENA NOS BASTIDORES
Fui ao programa para falar sobre o DOSSIÊ HISTÓRIA. O livro traz a íntegra de entrevistas com gente que foi personagem e testemunha de acontecimentos que "abalaram o mundo", como o 11 de Setembro, o ataque terrorista nas Olimpíadas de Munique, o delírio nazista.
Quem estava lá, para falar do filme "O Amor nos Tempos do Cólera" ? Fernanda Montenegro. Enquanto esperava a hora de ser chamada, ela esfregava as mãos. Uma assistente pergunta: "Tensa?". A estrela responde: "A gente sempre fica um pouco....".
Uma dúvida devastadora agitou os meus botões: se Fernanda Montenegro, acostumadíssima a enfrentar platéias de todo tipo, fica tensa na hora de encarar um auditório, o que dizer de quem, como este locutor-que-vos-fala, só se sente cem por cento à vontade quando se vê a oito quilômetros de distância do bípede mais próximo?
Ainda assim, em nome do DOSSIÊ HISTÓRIA, a gente se esforça para falar.
aqui:
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM766306-7822-JORNALISTA+GENETON+MORAES+NETO+LANCA+DOSSIE+HISTORIA,00.html
UM SONHO IMPOSSÍVEL: A GRANDE GREVE DOS IDIOTAS EXIBICIONISTAS
Que o eletrochoque lhe seja leve.
Corrigido o equívoco, é hora de voltar ao trabalho.
E dizer o que deve ser dito: se todos os idiotas exibicionistas que povoam a TV resolvessem fazer uma greve de vinte e quatro horas, a humanidade avançaria um século em um dia, em matéria de qualidade.
NADA MAIS RIDÍCULO DO QUE UM "TRINTÃO" QUE FUMA MACONHA E VAI A SHOW DE ROCK....
"Agora, que a verdade seja dita: nada mais ridículo do que um trintão que acha que tem dezessete anos: faz implante de cabelos, aprende a surfar, fuma maconha (não raro com os filhos) e vai a show de rock"
http://www.polzonoff.com.br/magoas-de-um-trintao.htm#more-947
CHARLES BRONSON ESTAVA CERTO!
"Sábado de madrugada. Passava das 3 horas. Chego em casa mortão. Tento dormir. De repente, as janelas do meu apartamento, localizado no sexto andar de um prédio antigo e sólido, começam a vibrar. Terremoto? Não. Era um sujeito que havia parado o seu carro em frente a um prédio do outro lado da rua para deixar um amigo em casa. Funk carioca no último volume. O nível de ruído perdia fácil para a passagem de um Boeing. O refrão, cantado com a característica voz de hiena estressada, era mais ou menos assim:
“FALA QUE EU TÔ CARENTE!
FALA QUE EU TÔ CARENTE!
SÓ NÃO VALE METER OS DENTES! “
*E aí eu pergunto: se eu falar em pena capital para casos desse tipo vão me chamar de “radical”.Vou comprar uma Uzi. Charles Bronson estava certo"
aqui:http://waltercarrilho.blogspot.com/
O BASTIDOR DE UM ENCONTRO NO EXÍLIO ENTRE JOÃO SALDANHA E JOÃO GOULART
"Almocei também com João Goulart - que tinha convidado toda a imprensa para ir almoçar com ele. Ninguém foi. Havia uma mesa para trinta pessoas, mas ninguém apareceu. Só nos dois: eu e João Goulart.
Nós estávamos com uma seleção brasileira, em Montevidéu. João Goulart disse: "Vamos almoçar lá em casa!". Nunca tinha visto João Goulart na vida; nunca tinha falado com ele. Mas, como eu tinha dito a ele que ia, fui. Aquela foi a primeira vez em que falei com ele, quando fui almoçar, uma conversa trivial. Quando voltei, me botaram nuzinho no Aeroporto, no Brasil. Arrancaram a sola do sapato, descoseram minha camisa, mexeram numa maleta vagabunda que eu tinha levado. Como eu só ia passar dois, três dias, não tinha levado bagagens. E me puseram nu. Fiquei lá horas e horas; cinco ou seis horas"
aqui:http://www.geneton.com.br/archives/000171.html
NÃO SE DEVE CONFIAR NEM EM JORNALEIRO NEM EM JORNALISTA
"Nisso que dá, vim pensando no metrô olhando a cara estúpida das mocinhas dizendo inanidades em seus celulares. Nisso que dá se meter com jornaleiro. Mesma coisa que jornalista. Não se pode confiar nem um nem em outro. Quando menos se espera, passam-nos a perna"
aqui:http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071217_ivanlessa_tp.shtml
OS JORNAIS : MUSEUS DE MINÚCIAS EFÊMERAS
"Ávido leitor de jornais, custou-lhe renunciar a esses museus de minúcias efêmeras".
UM CLÁSSICO PODE SER UMA FAMOSA FORMA DE TÉDIO?
"Clássico é esse livro que uma nação ou um grupo de nações ou o longo tepo decidiram ler como se em suas páginas tudo fosse deliberado, fatal, profundo como o cosmos, permitindo interpretações sem fim. É de prever-se que essas decisões variem. Para os alemães e austríacos, o Fausto é uma obra genial ; para outros, uma das mais famosas formas de tédio, como o segundo Paraíso de Milton ou a obra de Rabelais. Livros como o de Jó, a Divina Comédia, Macbeth (e, para mim,algumas sagas do Norte) prometem uma longa imortalidade, mas nada sabemos do futuro, salvo que vai diferir do presente. Uma preferência pode muito bem ser uma superstição".
16 de dezembro de 2007
DESPIDO DE RAZÃO
Do lado dos contestadores barulhentos, o autor da Crítica da razão dialética se junta a manifestações que fustigam o poder. Já seu antigo amigo e agora alvo de ataque representa a "maioria silenciosa". Aron também toma a palavra nesse período de turbulência que ele descreveria mais tarde como uma semana de algazarra de estudantes seguida de greves que paralisaram a vida econômica do país. Período de apreensão. Para o autor de O ópio dos intelectuais, quando a crise política de maio de 68 chegou ao clímax, pensou-se que o regime não resistiria às pancadas de Cohn-Bendit. "Nesse dia, em última análise, eu fui gaullista", diz Aron.
De volta ao ringue, ou melhor, ao artigo da revista. Nele, Sartre diz que, por nunca ter aceitado qualquer contestação de alunos, Aron é indigno de ser professor. E acusa o ex-professor da Sorbonne de exercer "um poder real" que "certamente não se baseia em um saber digno desse nome". Não satisfeito, sentencia ser necessário, "agora que a França inteira viu De Gaulle todo nu, que os estudantes possam encarar Raymond Aron todo nu".
"Não lhe serão devolvidas as roupas se ele não aceitar a contestação", conclui Sartre.
(Nota: Charles de Gaulle triunfou naquelas eleições. Mais do que isso: apurados os votos, seu partido tornou-se o primeiro na história da república francesa a obter maioria absoluta. Conquistou 358 das 485 cadeiras.)
14 de dezembro de 2007
DATA VENIA
Com a devida vênia... Deve haver nisso alguma raison d'état que escapa aos détraqués que visitam este blog, pois muitos deles afirmam tratar-se de mais uma lei que não vai pegar. Nonsense, dizem. Uns blasés. Um deles acaba de ler num site a expressão "fúria legiferante". Não sabe o que significa, mas acha que pode ser um novo super-herói.
E pergunta se é português. Ou brasileiro.
OS RUGIDOS DO FERA DO TÂMISA CONTRA O RELATIVISMO MORAL,CULTURAL E POLÍTICO, A GRANDE PRAGA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS
"Paul Johnson é um caso clássico de intelectual que nunca teve medo de nadar contra a corrente. Minorias que se julgam perseguidas devem ou não ser criticadas ? Devem,sim,responde a Fera do Tâmisa. Picasso é um grande artista ? Não é não – brada Johnson,autor de um livro de ensaios chamado “To Hell With Picasso” (algo como “Que Picasso vá para o Inferno”).Picasso – garante ele - não passa de um stalinista que apoiou um regime totalitário. A flexibilidade de conceitos morais é uma conquista do pensamento do século XX ? Não é,nunca foi nem poderia ter sido – rebate o impaciente Johnson.O relativismo moral –diz ele - é uma praga que faz os ingênuos acreditarem que não existe nada que seja absolutamente condenável"
( a entrevista completa, aqui: http://www.geneton.com.br/archives/000026.html )
DOSSIÊ HISTÓRIA : OS BASTIDORES DO MAIOR ATAQUE TERRORISTA JÁ REALIZADO
Um dos capítulos traz a íntegra de uma reportagem feita em Hamburgo,na Alemanha, pelo locutor-que-vos-fala: lá, olheiros da Al-Qaeda recrutaram o estudante Mohammed Atta - que se transformaria em líder dos terroristas que executaram os atentados do 11 de Setembro. Atta assumiu o comando do primeiro dos dois aviões que foram jogados contra o World Trade Center. O capítulo traz os depoimentos do professor de Mohammed Atta na Faculdade de Planejamento Urbano da Universidade Técnica de Hamburgo; a tradutora que o ajudou a redigir em alemão a tese que ele defendeu sobre conservação de cidades históricas e, por fim, a palavra de um colega de turma e amigo - um alemão que viajou com ele pelo Oriente Médio. Os três traçam um retrato falado do super-terrorista. E tentam descobrir o que leva um estudante dedicado a fazer o que Mohammed Atta fez.
O primeiro capítulo do livro traz a entrevista com o palestino que teve uma série de encontros com Bin Laden numa caverna no Afeganistão. O que ele terá ouvido ?
ILÁ-ILÁ-ILÁ-RIÊ-RÔ-RÔ-RÔ
"A revista Contigo, essa “who´s-who” da boçalidade nacional, fez uma cobertura completa da primeira comunhão da Sasha *, a filha da Xuxa (meu trava-língua preferido). E com direito a descrição completa de cada detalhe – entrevistaram até o “banco de esperma ambulante” Luciano Szafir, coitado.Fico contente em ver que a Sasha tem fé. Ela vai precisar. Se eu fosse você, Sasha, começava a rezar pra valer. Inclua aí nas suas preces:
-Pedir para não ficar igual à sua mãe, que é católica, mas acredita em duendes.
-Pedir para conseguir arranjar um namorado logo, ao invés de ficar anos lamuriando na mídia, à procura de um príncipe encantado.
-Pedir para não ter que crescer ouvindo Ilariê. Até um disco dos “Rebeldes” é melhor.
-Pedir para aprender a falar normalmente, sem aderir ao xuxês.
-Pedir para poder viver sem ter que confiar até as mínimas decisões a uma nova Marluce.
-Pedir não se tornar uma neo-ambientalista-chata-de-butique como a mãe, que fala com bichinhos, mas que obviamente tem uns pares de sapatos de couro no armário.
Sugestão? Compre os cds dos Racionais, tatue um palavrão na nuca e infernize a vida da sua mãe. É isso ou virar uma Barbie animada pelo resto da vida"
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/)
"UM PERFEITO IMBECIL, DESSES QUE CITAM NELSON RODRIGUES..."
"Só um imbecil, e um perfeito imbecil, desses que citam Nelson Rodrigues, acredita em escrever português.
Ler? Um pouquinho e com moderação. O suficiente para passar os olhos pelos nossos 4 jornais e 1/3 e neles procurar a página com o resumo dos capítulos anteriores das telenovelas ou o palpite do colunista que seguimos. Detemos o comunismo. Contra o colunismo, nada pudemos fazer"
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071214_ivanlessa_tp.shtml)
A PROPÓSITO DE FRANCESES
Ninguém me contou, eu vi: não existe nada tão insuportável na face do planeta quanto intelectuais franceses cheios de caspa, com o cabelo oleoso, cachecol pendurado no ombro e pronúncia cheia de vícios horrorosos- como aqueles suspiros que disparam perdigotos rumo ao rosto de interlocutores indefesos. Jamais chegue a menos de um metro de um francês. Você será banhado por perdigotos voadores. Pausa para vômito. Parágrafo.
Passei um ano e meio à beira do Sena. Dezoito meses. Faço as contas: cerca de 540 dias e noites irremediavelmente jogados no lixo. Consegui uma vaga no DEA, Diplomas de Estudos Aprofundados em Cinema na Universidade de Paris 1, a celebérrima Sorbonne. O nome é pomposo. O curso é um festival de francesises inúteis : professores caspentos evocavam Platão para falar durante horas de uma cena perdida de um filme de Hitchock. Blá-blá-blá. Inutilidades. Coisa de sebosos entediados.
(Mais, aqui)
ZULEICA
A paráfrase de Bandeira pode não ser das melhores, leitor, mas nem por isso corresponde menos à verdade. A barriga de Zuleica tinha tal envergadura e se espalhava de tal maneira que por um momento cheguei a pensar que ela não andava — emitia pseudópodes.
(Mais, aqui)
13 de dezembro de 2007
SUPERLATIVO
CRISE AÉREA
Ao fim do primeiro trimestre em Cambridge, o futuro autor do Tractatus logico-philosophicus procura Russell para uma conversa. É Russell quem lembra o que o aluno Wittgenstein lhe perguntou nesse encontro: "Por favor, me diga: sou um idiota completo ou não?" O professor é direto: "Não sei." E pergunta por que o aluno quer saber aquilo. "Porque se eu for um completo idiota, vou virar aeronauta; do contrário, serei filósofo", responde Wittgenstein.
Russell sugere então que o pupilo escreva algo sobre um tema filosófico; assim o professor poderia dizer-lhe se era ou não um imbecil rematado. Vêm as férias. E o reinício das atividades acadêmicas. Wittgenstein entrega a Russell o que este lhe sugerira. A leitura da primeira frase do texto basta para o professor formar juízo. E proferir o veredicto: Wittgenstein deve desistir dos aviões.
FINALMENTE, UMA GRANDE NOTÍCIA PARA A EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS BRASILEIRAS!
É sério: já se pode dizer, com toda certeza, que o risco de "estupidificação" (se a palavra não existe, que seja criada) das nossas crianças cairá drasticamente nos próximos anos.
O programa infantil de Xuxa saiu do ar !!!!!
Os "pais e mestres" deveriam ir para as ruas de todo o país para comemorar a boa nova com rojões, balões e foguetes.
18 LIVROS LIDOS NUM MÊS! "EU ERA INFELIZ E NÃO SABIA"
"também já fiz listas de livros lidos por ano. Curioso: antigamente eu falava com orgulho de um mês (novembro de 2002, para ser mais exato) em que li 18 livros; hoje menciono este fato não só com vergonha como também com certo nojo. Eu era infeliz e não sabia"
(aqui:http://www.polzonoff.com.br/entressafra-e-bom-para-os-precos.htm#more-944)
QUEM ERA MESMO ?
"Francis Schaeffer morreu em 1984, mas, se não fosse por ele, George W. Bush não estaria na Casa Branca, não haveria guerra no Iraque e o mundo provavelmente estaria melhor"
(aqui:http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071213_lucas_dg.shtml)
REUNIÃO DE CONSELHO
CABELO DE TÔNIA CARRERO
(Mais, aqui)
POETA PRECISA SER CULTO. OU SEJA, NÃO NASCEM POETAS HÁ DÉCADAS NO BRASIL
"Sou um poeta que acha que a poesia é o uso supremo da linguagem. Bandeira fez esta descoberta em meu momento inicial. Deu-me lições perenes : por exemplo,a de que o poeta deve ser um intelectual culto. Só a cultura tem condições de abrir caminhos. Ao poeta, não basta apenas ter talento e vocação. Por que o poeta deve ser realmente um homem culto? Porque a poesia é um sistema milenar de expressão. É preciso conhecer os mestres. A criação poética não é, portanto,um problema só de sensibilidade. É um problema de cultura. Somente o vasto conhecimento da poesia e da literatura é que permite ao poeta exprimir-se".
(Mais, aqui)
12 de dezembro de 2007
SDT UTILIDADE PÚBLICA: UMA CAMPANHA NOBRE
Entre você também em mais esta cruzada cívica patrocinada pelo SDT, leitor.
O MEIO-SORRISO-ESTÚPIDO-DO-DONO-DE-CELULAR-ENGRAÇADINHO: PEQUENO INFORME SOBRE UMA EXPRESSÃO HUMANA QUE JAMAIS SERÁ REPRODUZIDA POR UM ROBÔ
Digo "comovente" porque a causa é nobre: os cientistas estão, na prática, preparando robôs que, com toda certeza, serão uma companhia mais agradável, menos barulhenta e menos inconveniente do que noventa e oito vírgula nove por cento dos seres humanos.
Um mecanismo instalado dentro do robô distende ou retrai o rosto do bicho, feito de matéria plástica. Assim, o rosto passa a demonstrar "sentimentos" como espanto, alegria e tristeza.
Os cientistas podem suar seus jalecos durante décadas nos laboratórios de robótica, mas jamais conseguirão sucesso total na empreitada. Pelo seguinte: há uma expressão humana que é absolutamente irreproduzível por robôs.
Preste toda atenção. Há uma fila de espectadores esperando a hora de entrar na sala do cinema.
De repente, um celular começa a emitir musiquinhas engraçadinhas.
O dono do celular bota a mão no bolso e atende.
Aquela ar de completa idiotia que o dono do celular exibe enquanto tateia o aparelho no bolso jamais será reproduzido por um robô: é um meio-sorriso estúpido que desmente todas as teorias sobre a evolução da espécie.
O dono do celular que emite ruidinhos e musiquinhas supostamente engraçadinhos tenta mostrar, aos passantes, que é um sujeito esprituoso. Quá-quá-quá.
Podem juntar todos os PHDs do Japão, todos os gênios do MIT, todos os nerds de todas as escolas suíças: nunca, jamais, em tempo algum a ciência poderá reproduzir o meio-sorriso estúpido-dos-idiotas-donos-de-celulares-com-musiquinha-engraçadinha-na-fila-do-cinema.
Leonardo Da Vinci não ousaria reproduzir numa tela movimento tão perfeito. O sorriso da Monalisa é obra de amador.
O meio-sorriso-estúpido-dos-idiotas-donos-de-celulares-com-musiquinha-engraçadinha-na-fila-do-cinema é uma criação essencialmente humana; uma obra-de-arte perfeita porque retrata, sem retoques, a essência do espírito de quem o ostenta.
Nenhum artista, nenhum cientista jamais ousaria recriá-lo.
Cientistas, recolhei seus robôs. Pintores, aposentem seus pincéis. Não adianta: a originalidade da idiotia humana é irreproduzível.
E assim será, por séculos e séculos. Não há avanço possível: a civilização estancou ali, no meio-sorriso-do-idiota-do-celular-de-musiquinha-engraçadinha.
E dali não avançará.
PULHAS
"Conselho desinteressado de uma ruína quase cinquentenária (o locutor que vos fala): não levem a sério gente que, para parecer importante, vive arrotando suposta intimidade com personalidades importantes. São uns pulhas, na maioria dos casos. É melhor pedir a conta, dar uma gorjeta ao pianista, fechar a porta e ir embora em silêncio."
(Mais, aqui)
A PROPÓSITO DE DUCHAMP
Então, estudantes de sociologia com suas bolsas de couro e sandálias de dedo entrariam numa galeria repleta de pedaços de lixo, garrafas, vibradores enfiados em torradeiras enferrujadas, anões mancos copulando com obesas paralíticas e outras atrações comumente expostas em bienais, mas em vez de porem caras de mais burros tentando parecerem eruditos, cairiam no chão, embolando de rir. E comentariam ao final: “Aquele acordeão furado sobre o banquinho com pintas roxas estava hilário".
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11 de dezembro de 2007
BEÓCIO DE PAI E MÃE
Ele cantou as origens e dinastias dos deuses; descreveu a criação do universo; honrou o esforço no trabalho. Mostrou isso e aquilo e mais aquilo outro: um catálogo de lições. Didáticos, seus poemas eram reverenciados como manuais de conduta e logo viraram uma espécie de suma do saber prático.
Versado em assuntos humanos e divinos, ele figura, ao lado de Homero, entre os educadores do povo grego. Fato raro, alcançou fama e respeito em vida.
Nada disso, porém, importava para Heráclito, para quem "o mestre da maioria" era... curto de inteligência. De que gigante estamos falando? Dele mesmo: Hesíodo, o beócio. As pessoas o tomavam como o grego que mais coisas sabia. "Ele que nem sabia distinguir o dia da noite", diz Heráclito.
O MUNDO É DOS IDIOTAS - 3
Não passou. Os ponteiros andaram em 2007 com a mesmíssima velocidade do ano passado e do ano que vem.
Mas eles insistem em dizer, em coro, que o ano passou depressa. Vão terminar nos convencendo.
O MUNDO É DOS IDIOTAS - 2
Vem sempre acompanhado de um idiota.
A MEDIDA DE DECADÊNCIA DE UM BLOG
que os textos do sr. Nicomar Lael iriam acrescentar brilho, vivacidade, humor e esperteza a este espaço. Não acrescentaram.
Como se fosse um jogador que tropeça espetacularmente assim que pisa no gramado, o sr. Nicomar escolheu ópera como assunto de suas primeiras investidas, porque queria parecer culto e ilustrado.
Capotou.
Por que ele não discorre, por exemplo, sobre os acordes primários do baião ou os versos toscos das emboladas, dois ritmos primitivos que ele se habituou a ouvir desde os tempos em que, bebê, comia macaxeira pensando que estava bebendo leite ?
O nome - Nicomar - denuncia a origem. Deve ser um daqueles híbridos que misturam nome do pai e nome da mãe, um tipo de "poesia concreta" que viceja nos bolsões mais pobres e mais áridos do Brasil nordestino.
Imagino que o nome do pai do sr. Nicomar seja o sr. Nico. E a mãe, a sra. Mar.
Peço, então, ao sr. Nico e à sra. Mar que impeçam o sr. Nicomar de cometer vexames como o que cometeu ao escrever estultices sobre ópera.
Declaro encerrada a polêmica. E repito que não há nomes intocáveis neste espaço. A cada ação deletéria do sr. Nicomar haverá uma reação à altura.
O Sopa de Tamanco não merece tal destino: o de ir para o brejo guiado pelo passo vacilante de um neologismo chamado Nicomar.
ATENÇÃO, SENHORES PAIS, PELO AMOR DE DEUS, TODO CUIDADO É POUCO,PROTEJAM AS CRIANÇAS: VEM AÍ UM FILME DA XUXA, CHEIO DE MENSAGENS "ECOLÓGICAS"!
Do blog de Walter Carrilho:
"Xuxa, mensagens ecológicas e atores mirins. Você consegue imaginar programa melhor para se fazer em um domingo? Eu pensei em velório, e você?"
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com)
"MONSTRUOSA, INFINITA, ILÓGICA, ABRUPTA, LANCINANTE"
“A vida é monstruosa, infinita, ilógica, abrupta e lancinante. Uma obra de arte, em comparação, é uma coisa bem-feita, finita, contida em si própria, racional, fluida e transfigurada. A vida se impõe pela sua energia bruta, inarticulada como a de um trovão. A arte seduz o nosso ouvido, por entre os ruídos mais altos de nossa experiência diária, como os sons produzidos por um músico discreto"
(aqui: http://antoniofernandoborges.com/)
ZEUS E DEUS
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(Mais, aqui)
SILÊNCIO DA OVELHA
10 de dezembro de 2007
SÓCRATES, JESUS E O PREPÚCIO
— Por que vocês gregos têm essa mania de tirar a roupa o tempo todo, hein? Será possível que vou ser obrigado a ficar vendo o teu não-circuncidado aí?
— Grande coisa!
— Grande? É fácil dizer isso quando se tem prepúcio. Queria ver você diante de São Serapião.
(Mais, aqui)
CAUSA MORTIS: PIOLHOS
O que é, o que é? Tudo o que vemos e pegamos nós deixamos para trás; tudo o que não vemos nem pegamos carregamos conosco.
Interpelado, o maior dos poetas, educador dos helenos, calou. E não porque quisesse, pode-se especular. Teria tentado, até não mais poder, decifrar o enigma. Mas, se quebrou a cabeça, a história não registrou que de sua cachola tenha saído qualquer deusa da sabedoria. Se ficou com uma pulga atrás da orelha, não se sabe. Mas dizem que a incapacidade de descobrir o que era claro para qualquer garoto desencadeou no Poeta uma angústia tão... homérica, que ele morreu.
Quase dá para ouvir o desdém de Heráclito: “Os homens se enganam no reconhecimento do que é óbvio, como Homero.”
SERIA MACHADO DE ASSIS INGLÊS?
(Mais, aqui)
SÓCRATES E JESUS
Mas, experimentado em dialética desde os tempos de Ulisses, o mar o envolvia com líquidos argumentos por todos os lados e o fazia debater em vão. Ao final da peleja oratória, teria findado fatalmente por calar o filósofo. Isso, caso Jesus, que via a cena de longe, não tivesse falado:
— Levanta-te e anda!
— Ha! — respondeu o filósofo, ainda se afogando. — Pra você é fácil falar. Mas eu sou cético.
— Não, sua besta! Não se trata de milagre. É que a gente tá no raso. Já dá pé.
— Ah... — sorriu amarelo o zetético, cessando o desespero e fazendo em seguida o que o Mestre lhe havia dito.
(Mais, aqui)
9 de dezembro de 2007
Rauschenberg: o picareta!
Numa das salas vi um objeto e pensei, uau!, pelo menos algo se salvou, está bem torneado e pintado. Chego perto. Era um extintor de incêndio. Perguntei à moça que lá trabalhava. Não, não fazia parte da exposição. Eu: ah, bem, está explicado.
Deve ter algo de muito errado numa exposição de arte cuja melhor obra é o extintor de incêndio do local.
Impressões de Lisboa
Estou em Lisboa desde 17 de outubro. Constato: há muitos brasileiros em Portugal. Não, mais: há brasileiros em excesso em Portugal. Vê-se o brasileiro imigrante há quilômetros de distância: é o que fala e ri mais alto; e o que cheira a Leite de Rosas. Conversei com alguns imigrantes que reclamaram de preconceito dos portugueses. O português médio e mais velho é tão preconceituoso e chato como o dos demais países. Ou você nunca teve um vizinho intolerável? De um sensanto imigrante brasileiro ouvi a seguinte sentença: “boa parte dos preconceitos contra os brasileiros foram provocados pelos próprios imigrantes brasileiros. Daí sofre todo mundo”.
Mas, divago. Voltando à vaca fria, o grande problema dos imigrantes brasileiros que vêm para cá ganhar a vida e mandar dinheiro para o Brasil é não estarem nem aí para a própria educação numa fase em que poderiam fazê-lo. Passam a ganhar melhor, trazem os filhos, compram carro novo e nada de se educarem. Nem digo educação formal. Falo de aprender sobre o país, provar novas comidas, bebidas, conhecer outros países, pessoas, culturas. Nadica de nada.
O que se faz, normalmente, é tentar criar um Brasil virtual em seus guetos, mesmo que os guetos sejam as próprias casas. Investem tempo e rendimentos nos famigerados churrascos de fim de semana em que o pagode é consumido em abundância com carne e cerveja. Falo dos imigrantes brasileiros em Portugal, mas lembro dos imigrantes brasileiros nos EUA, por exemplo, que sequer aprendem o inglês. E se você entra no perfil do Orkut estão todos lá exibindo seus carros novos e fotos de… churrascos com outros brasileiros. A Europa está muito preocupada com o avanço dos muçulmanos no Ocidente e se esquecem o grande perigo representado pelos imigrantes brasileiros que fazem churrasco com pagode no fim de semana. Imagine se esse negócio contamina toda a sociedade e, daqui a dois séculos, a Europa vire um grande pandeiro fedendo a carne queimada. Deus seja louvado.
Há imigrantes de outros países que se comportam de maneira bárbara? Sim, claro, já ouvi falar, mas não os conheço. E não os quero conhecer, ok?
8 de dezembro de 2007
HAVIA UM COTOCO NO MEIO DO CAMINHO
7 de dezembro de 2007
DOSSIÊ HISTÓRIA : JÁ NAS LIVRARIAS
Quer saber o que Bin Laden disse ao palestino que foi convocado por ele para uma série de encontros numa caverna no Afeganistão ? Quer saber como é que um insuspeito estudante de planejamento urbano, chamado Mohammed Atta, se transforma no chefe dos terroristas que cometeram o mais devastador ataque da história, no 11 de Setembro ? Quer saber o que dizem professores e colegas que conviveram com ele ? "E muito mais".
Acaba de chegar às livrarias "DOSSIÊ HISTÓRIA", livro-reportagem publicado pela Editora Globo: entrevistas publicadas na íntegra, sem cortes. Cenas de bastidores. A palavra de testemunhas e personagens de acontecimentos que abalaram o mundo.
CORRA, NICOMAR, CORRA, PARA ESCAPAR DE UM SEIKEN JODAN ZUKI
Botou o rabo entre as pernas e sumiu do mapa, silente como uma hematita.
Fez bem.
Deve estar se preparando para ir ver o show do Police, porque sabe que é o único lugar do planeta em que não correrá o risco de se encontrar com o abaixo assinado.
O Maracanã será cenário da grande procissão dos idiotas - tanto no palco quanto na platéia.
É bom que o sr. Nicomar escolha ir ao estádio, como medida extrema de proteção.
Se circular pelas ruas, correrá riscos.
Porque, caso ocorra um encontro entre o abaixo assinado e o malfadado impostor, já não haverá ofensas verbais a trocar : o sr. Nicomar correrá o risco de sentir na pele a tradução literal da expressão SEIKEN JODAN ZUKI.
Para quem não sabe: um golpe certeiro de karatê.
(maiores informações aqui: http://www.kyokushinkaikan.com.br/v2007/br/kihongeiko.htm)
FELICIDADE É COMER PÃO COM MUITA MANTEIGA E FALAR BESTEIRA SEM QUERER PARECER INTELIGENTE E PROFUNDO
"Sinto confessar, mas me falta a convivência com pessoas cujo único objetivo na vida é esta felicidade pequena e adorável. Uma felicidade que não busca se explicar com referências poéticas ou filosóficas. Uma felicidade que simplesmente é. Não éramos pessoas idiotas naquela casa. Cada qual, eu podia perceber, sabia-se dono de uma existência única, marcada por opiniões também únicas. Eram todas admiráveis por sua individualidade. Eram todas louváveis porque não procuravam o prazer pelo massacre do diverso.
Naquela noite, fui feliz. Falei o que pensava sem medo do julgamento. Melhor: muitas vezes falei o que nem pensava. Ninguém levantou a voz. Ninguém fez cara feia. Ninguém engoliu uma opinião por medo. Ninguém emitiu sua opinião para se provar inteligente"
http://www.polzonoff.com.br/uma-genuina-e-destemida-felicidade.htm#more-920
INJUSTIÇA CONTRA O TALENTO BRASILEIRO
Mas o que dizer do insuportabilíssimo Police, este grupelho de senhores que, às portas da terceira idade, insistem em se comportar como se fossem idiotas de vinte ?
Aliás, o que é pior? Roqueiro em fim de carreira ou quarentões e cinquentões que estacionaram na adolescência e tentam escrever e falar, a sério, sobre idiotas como os do Police?
É difícil saber.
Em todo caso, há uma certeza: a idade mental dessa gente é, no máximo, dezessete.
O número diz tudo.
UMA ENTREVISTA COM O MINOTAURO
— Bom, Apô, meu lado mais humano tá aqui, ó: ali temos os pés, aqui as coxas, o pinto...
— Não, não! Quer dizer, gostaria de saber o que você faz nos momentos de folga, por exemplo.
— Ah, eu gosto de comer uma virgem. Ou melhor, sete virgens.
— Assim, de cara? Você não toca uma lira, não toma uma cratera de vinho de Falerno, não passa uma cantada...?
— Bom, cantar eu canto. Veja bem, gosto muito daquela música do Monsueto: (cantando) “Mora... na mitologia...”
— Sei. E você curte a night?
— Não, prefiro curtir pela manhã. Abro meu coração com você, Apolodoro, que é um homem que tem história. Ultimamente, não tenho visto a luz no fim do túnel, sabe?
(Mais, aqui)
6 de dezembro de 2007
POLÊMICA ACABADA???
"La donna è mobile
Qual piuma al vento,
Muta d'accento
— e di pensiero.
Sempre un amabile,
Leggiadro viso,
In pianto o in riso,
— è menzognero.
È sempre misero
Chi a lei s'affida,
Chi le confida
— mal cauto il cuore!
Pur mai non sentesi
Felice appieno
Chi su quel seno
— non liba amore!"
EM NOME DA VERDADE, DENUNCIO O MIOLO MOLE
É uma lástima que ele, o acadêmico, tenha morrido, porque, se vivo fosse e se frequentasse blogs estúpidos como este, certamente se animaria a usar o apodo para definir, com toda propriedade, o sr. Nicomar Lael.
Por quê ? Por um motivo: assim como acontece com todos os moluscos anencéfalos dados a chiliques, o sr. Nicomar prefere recorrer a ofensas de natureza sexual para desqualificar aqueles que, como o abaixo assinado, ousam criticá-lo.
É um recurso baixo.
Ora, o sr. Nicomar publicou uma resenha estapafúrdia sobre um cantor de ópera porque queria,sim, parecer culto, esperto e cosmopolitano.
Debalde.
Não pareceu. Conseguiu apenas demonstrar aos frequentadores do Sopa de Tamanco o que sempre foi: um pavão multicolorido que passa a vida saracoteando para iludir incautos.
"Não passará!".
Não aqui.
Quanto às insinuações sexuais, declaro que venho de uma região macha.
O pernambucano mais afrescalhado que já existiu atendia pelo nome de Virgulino Ferreira, o Lampião.
Por aí dá para imaginar o resto.
Em minha terra, criança aprende a escovar dente assim: esfregando a ponta de uma faca peixeira no dente-de-leite.
Aos três anos de idade, já mamam em onça.
É assim que aprendem a exercer a pernambucância pelo resto da vida.
TRIREITO DE RESPOSTA
FIM DE POLÊMICA COM O TAMANQUEIRO ESTREANTE
Como se fosse o cachorro de Pavlov, o sr. Nicomar saliva - mas de raiva - a cada vez que alguém faz o mínimo reparo ao que ele escreveu.
Decerto, ele não entendeu que não há nomes intocáveis na redação do Sopa de Tamanco, ao contrário do que acontece em outros covis habitados por jornalistas.
Demonstrações gratuitas de erudição,como a que ele tentou fazer ao apreciar o desempenho de um cantor de ópera, soam descabidas neste espaço - que deve ser usado para tarefas mais nobres e honestas, como, por exemplo, chamar Xuxa de débil mental; Renan Calheiros de pulha; Lucélia Santos de sub-atriz; José Wilker de hiper-canastrão e o próprio Nicomar Leal de molusco de sexualidade indefinida.
Como se dizia no século passado, tenho dito.
DIREITO DE RESPOSTA
.....E O REI PELÉ ESTAVA NU
( relato completo aqui: www.geneton.com.br )
... E TEM MARCA DE BATOM ?
Abaixo, um retrato dessa época.
Noite de sábado. À mesa de um restaurante carioca na Avenida Atlântica, com as mãos espalmadas para baixo, ele desenha no ar, com um movimento ondulado e firme, o relevo de uma região paulistana que marcou sua vida. E explica como, toda madrugada, baixava sobre essa região localizada entre duas represas uma neblina densa, muito densa. Ele então fala da pista de corrida que deu fama ao lugar. Quem o ouve viaja no tempo e no espaço: autódromo de Interlagos, final da década de 50. E presta atenção ao que ele vai começar a contar. Trata-se de saber como ele conseguia abrir caminhos tão velozes através da cerração que tapava a vista de todos os pilotos, menos a dele. Bird Clemente: eis o nome do comandante daqueles vôos noturnos e quase cegos.
Ídolo de campeões como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, Bird marcou época no automobilismo brasileiro. Veloz, arrojado, habilidoso, dedicado, talentoso, audaz... A crônica esportiva enfileirava adjetivos para fazer jus ao volante campeão, enquanto ele deixava atrás de si filas de carros, alguns até mais potentes do que seu DKW ou sua berlineta Interlagos. “Berlinette”, como Bird prefere chamar.
Bird Clemente prepara para 2008 um livro. É garantia de boas e bem contadas histórias, por quem as viveu e construiu. Mas nosso piloto não é só passado. Ainda ligado ao automobilismo e atento, ele acompanha, por exemplo, o desenvolvimento tecnológico na Fórmula 1. Mas lamenta o fato de muitos dos pilotos dessa categoria terem se transformado em meros “operadores de instrumentos”. “Hoje, muitos se escondem atrás do equipamento”, diz. E critica a ausência de risco nos autódromos muito travados, a falta de emoção. “Ninguém vai a uma tourada para ver o toureiro enfrentar um touro sem chifre”, conclui.
De volta à beira-mar. Muitos causos, dois chopes e um espaguete à bolonhesa depois, Bird deixa o restaurante Fiorentina. Já passa da meia-noite; logo mais, ele será homenageado no Alto da Boa Vista pelos 70 anos de idade que completa em 23 de dezembro. Precisa descansar: menos de 12 horas atrás, encarou a Via Dutra em direção ao Rio. Mas o papo ainda continua, enquanto Bird caminha pelas calçadas do Leme até o carro estacionado junto à praia. Ele fala de motores e saudades, camaradagem e truques, pilotos e pistas.
Bird Clemente entra no carro, mas é de carona que ele vai até o hotel, no Posto 6. Nada de punta-taccos ou derrapagens controladas – os power slides em que era mestre. Segue na frente. E, na madrugada que avança, Copacabana parece cobrir-se de uma neblina densa, muito densa. Como naquele autódromo paulistano.
(Na foto, o volante Bird Clemente toca um Bino Mark I no autódromo de Jacarepaguá no final da década de 60.)
O ESPÍRITO DA COISA
Ao invés de distribuir tamancadas a torto e a direito no cocuruto dos impostores que povoam as telas de TV, as páginas de jornais e os sulcos dos CDs produzidos nesta república, o sr. Nicomar Lael prefere arrotar erudição divagando sobre a performance de remotos cantores de ópera.
"Não passará!".
O que é que ele quer, com esta exibição de suposto refinamento? Insinuar que seria capaz de dirigir um espetáculo de ópera ?
Imagino o que ele pretende: conseguir pela Lei Rouanet uma verba que deveria ser usada para financiar um espetáculo de ópera mas que, na verdade, terminaria financiando a compra de um apartamento na praia
(Por uma questão de justiça, diga-se que,para não despertar suspeitas sobre o desvio, o sr. Nicomar usaria as sobras da compra do apartamento para montar um patético espetáculo de ópera em que ele próprio,para economizar verba de produção,desfilaria durante quatro horas ininterruptas pelo palco do Municipal berrando feito louco de hospício frases ininteligíveis em aramaico).
A única crítica possível de um espetáculo de ópera é a seguinte: "Quando acabar o espetáculo, me acordem, porque não posso perder o último metrô".
Desvios de conduta como o exibido pelo recém-contratado explicam a crise sem precendentes que se abate sobre o Sopa de Tamanco.
Mas providências enérgicas serão tomadas.
SEMIÓLOGOS CHATÍSSIMOS, CORREI !
Mas aí surgiu a internet.
A boa notícia: nunca se escreveu tanto em tantos blogs, sites, portais, comunidades, chats.
A má notícia: nunca se escreveu tanta tolice, tanto lixo, tanta idiotice, tanta estupidez.
Semiólogos chatíssimos, correi! Há um assunto à espera de uma tese: valeu a pena a ressureição da escrita?
A PROPÓSITO DE CÉTICOS
"Céticos, tremei. Quem se recusa terminantemente a dar um mínimo crédito de confiança a ciganas ,videntes,adivinhos e outros habitantes da Terra da Premonição deve ficar longe da fita de vídeo que uma cigana chamada Esmeralda gravou,em dezembro de 1993,para o Fantástico. Porque esta fita pode ter o poder de abrir uma fresta no paredão de descrença que os céticos profissionais erguem em torno de si".
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ROCKWELL BLAKE
"Gosto da interpretação que Rockwell Blake dá à “Dalla sua pace”, precisamente por tudo aquilo que os críticos nela detestam: o riso estúpido no rosto, o exagero, a voz vacilante. Quem quer que queira interpretar Don Ottavio tem que se equilibrar entre a parvoíce, a pusilanimidade do personagem e a sublimidade do sentimento que ele expressa naquele instante. Sem dúvida há vozes melhores para a ária. Também a interpretação de Winbergh tangencia esse equilíbrio, sem cometer os excessos. Mas o excedente, no caso de Blake, parece indicar o caminho. Por isso fico com ele".
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5 de dezembro de 2007
TESEU X MINOTAURO
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ANALFABETISMO CLÁSSICO
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4 de dezembro de 2007
THIS IS THE END
A curto prazo, não há salvação para os dois.
O PROBLEMA SÃO OS OUTROS SEIS BILHÕES
"Um amigo meu cunhou uma frase ótima: “Tem um milhão de pessoas que eu gosto e admiro. O problema são os outros 6 bilhões. Esses atrapalham.” Concordo. Esses outros humanos estão aumentando exponencialmente. Por mais que eu tente ser otimista, há sempre cretinos se esforçando para que eu perca a esperança na humanidade"
aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com
PEQUENA ENCICLOPÉDIA DE CELEBRIDADES: TAGUE, JAMES
"O assassinato do presidente John Kennedy, ao meio-dia e meia da sexta-feira 22 de novembro de 1963, teve uma vítima desconhecida: um passante – que só parou para ver a passagem da comitiva porque o trânsito estava engarrafado – foi ferido na bochecha pelo estilhaço de uma das balas disparadas pelo ex-fuzileiro naval Lee Oswald contra o presidente. Nome da vítima: James Tague. É citado no relatório oficial sobre a morte do Presidente.
Hoje, ele é comerciante de carros usados. Dá uma resposta afirmativa ao meu pedido de entrevista, feito por telefone. O encontro fica marcado para o único endereço que conheço em Dallas: o célebre Depósito de Livros Escolares do Texas. De uma janela, no sexto andar do Depósito de Livros, Lee Oswald esperou com um rifle nas mãos a passagem da comitiva presidencial.
Chego ao encontro na hora marcada. Como identificar James Tague?
Noto que um texano típico – devidamente paramentado com botas de cowboy – caminha de um lado para outro na calçada do Depósito de Livros. De vez em quando, me olha, como se quisesse adivinhar quem sou. Fico imaginando se aquele cowboy é o meu personagem.
Faço a pergunta: “Mister Tague?”
O cowboy estende a mão, abre o sorriso, diz que estava desconfiado de que eu era o tal repórter brasileiro que marcara o encontro por telefone.
Depois de apontar para a janela de onde saíram os tiros, caminha até uma cerca – que, segundo os crentes em teorias conspiratórias, serviu de esconderijo para o segundo atirador, jamais encontrado.
O cowboy vendedor de carros usados engrossa o coro dos que dizem que Lee Oswald foi o único assassino, mas deixa em aberto um pequeno espaço para a dúvida.
Quando pergunto se ele acha que um dia o “Crime do Século” será definitivamente esclarecido, o cowboy responde com uma palavra: “Não”.
Depois, troca cumprimentos, diz que precisa voltar ao trabalho e desaparece no começo da tarde de Dallas. Por um desses acasos que só acontecem uma vez num século, o anônimo cowboy texano foi testemunha e coadjuvante de um dos maiores crimes da história".
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MANICÔMIO
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SUBDESENVOLVIDO
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PEQUENA ENCICLOPÉDIA DE CELEBRIDADES: ALLEN, WOODY
"A máquina de relações públicas da distribuidora encarregada de lançar um filme de Woody Allen oferece uma entrevista exclusiva com o ator e diretor, na suíte de um hotel plantado às margens do Hyde Park, em Londres. Tento ser britanicamente pontual: chego na hora. A assessora me leva para uma ante-sala. Vai embora. Um minuto depois, chega o astro. É igual ao que se vê no cinema: tímido, esfrega as mãos enquanto fala, olha para o chão, solta tiradas geniais. É pálido como um boneco de cera. Pergunto se ele admira algum brasileiro. Tenho certeza de que Woody Allen – fanático por esportes – vai citar Pelé ou Romário ou Ronaldinho. Quebro a cara. Allen se declara apaixonado por Machado de Assis. Ganhou de presente uma versão inglesa de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Lá pelas tantas, diz que precisa fazer um filme atrás do outro, para não olhar para a “nuvem negra” que paira vinte e quatro horas sobre seus ombros – a morte. Tento consolá-lo. Digo que os filmes que ele faz serão estudados daqui a 50 anos, nas cinematecas. Woody Allen responde que não quer a imortalidade no futuro. “Quero agora, já, no meu apartamento”. Infelizmente, não posso ajudar".
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POLIDOXIA
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3 de dezembro de 2007
AS OITO LETRAS LETAIS : DEZEMBRO
Não consigo articular sequer uma frase legível.
Motivo: faz setenta e duas horas que o peso de oito letras terríveis começou a esmagar o planeta. Oito letras letais: dezembro. O único consolo é que a desgraça se extingue em trinta e um dias.
Respiro fundo, faço de conta que não é comigo e saio latindo pela avenida, para ver se espanto as festinhas de amigo secreto, as listas de fim de ano e outros pequenos horrores da temporada.
Os latidos,como sempre,não surtem qualquer efeito sobre a realidade. Mas não há nada de mais útil a fazer, além de latir, latir, latir.
PS: Um desocupado me convidou a ficar escrevendo para este blog, quando me sobrasse tempo. Não sobra. Ainda assim, tentarei, entre três e quatro da manhã. Acionei meus informantes para descobrir qual era a audiência do blog. Disseram-me que algo em torno de duzentas almas diárias passam e penam por aqui. Há quem ache pouco. Ou pouquíssimo. Considero que duzentas almas penadas formam uma multidão incalculável. Decido, então, que, sempre que possível, subirei num tamborete imaginário, empunharei meu megafone enferrujado e bradarei a plenos pulmões nesta praça pública contra a irrevogável, a irrecorrível,a lastimável idiotia dos seres bípedes que entopem as lojas de dezembro e as mesas de restaurante para falar alto e brincar de amigo secreto.
BRASIL NA GUERRA DO VIETNÃ?
'"Não contei esta história no meu livro”, diz Gordon, autor do recém-lançado “A Segunda Chance do Brasil a Caminho do Primeiro Mundo”. Ao final de um depoimento gravado durante três horas ininterruptas no quarto 904 do Hotel Glória, no Rio, o ex-embaixador revelou detalhes inéditos sobre o dia em que entrou no Palácio do Planalto, em nome do presidente Lyndon Johnson, para pedir ao marechal Castelo Branco que o Brasil se engajasse numa guerra no sudeste asiático. Lincoln Gordon volta esta noite aos Estados Unidos, depois de cumprir um périplo por São Paulo,Rio de Janeiro,Brasília e Recife'.
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